É inegável o crescimento do e-sports. Na era da tecnologia, na qual os games estão cada vez mais reais e os simuladores mais precisos, a busca pela perfeição e a apreciação dos fãs são dois pilares fundamentais que colocam os esportes eletrônicos como um negócio em ascensão. As altas cifras junto com o profissionalismo crescente tornam o e-sports uma fonte de investimento também para jogadores e ex-jogadores de diversos outros esportes.
Os números são um excelente indicativo disso. No ano passado, o time brasileiro Luminosity Gaming, de “Counter Strike: Global Offensive”, conquistou o torneio mundial e ganhou US$ 500 mil em premiação. Para se ter uma ideia, no torneio de Roland Garros de 2016, o famoso Grand Slam de tênis disputado na França, os semifinalistas receberam uma quantia muito parecida em US$ 531 mil.
O campeonato internacional de Dota 2, disputado em 2015, rendeu premiação total de US$ 18,4 milhões, apenas US$ 7 milhões a menos do que o Roland Garros de 2016.
Outro fato impressionante é que em 2015, a final mundial do League of Legends teve 36 milhões de telespectadores. Em contraste, as finais da NBA naquele ano, disputada em seis jogos entre Cleveland Cavaliers e Golden State Warriors, teve média de 19,9 milhões de telespectadores.
Os protagonistas dessas cifras altíssimas são os cyber-atletas. Os jogadores que disputam torneios e dedicam suas vidas aos esportes eletrônicos são verdadeiros atletas que precisam de seguir uma trajetória de profissionalismo para atingir o alto nível. E disso, os profissionais de outros esportes entendem muito bem.
O interesse de estrelas dos esportes americanos, futebol e até mesmo poker é evidente. Em 2016, um grupo formado por Shaquille O’Neal (basquete), Alex Rodriguez (beisebol) e Jimmy Rollins (beisebol) se juntaram para investir no time NRG eSports, equipe especialista em League of Legends e Counter Strike: Go. Todos esses três atletas já venceram o prêmio de MVP (jogador mais valiosos da temporada) em seus respectivos esportes.
Outro ex-NBA, Rick Fox, três vezes campeão da NBA, recentemente investiu cerca de US$ 1 milhão para criar o time Echo Fox. Jogadores em atividade do melhor basquete do mundo, como Jonas Jerebko (Boston Celtics) e Jeremy Lin (Brookyn Nets) também fecharam parcerias com equipes.
Não são apenas jogadores dos esportes americanos que enxergam no e-sports uma boa fonte de lucro e investimento. André Akkari, um profissional muito bem-sucedido no poker, também entrou nesse negócio recentemente ao lado de Ronaldo. Os dois formaram uma parceria de sócios no time brasileiro CNB HyperX, conhecido como “Blummers” — especialistas em League of Legends “O crescimento do e-sports é evidente. Fazer parte disso e incentivar é uma oportunidade muito legal”, disse Ronaldo.
Os bilionários também não perdem a oportunidade de investir no e-sports. Wang Jianlin, homem mais rico da China, e Jeff Bezos, fundador da Amazon, também estão no barco e pretendem colocar muitas cifras nos esportes eletrônicos.
É uma estratégia inteligente desses esportistas em olhar com atenção para os esportes eletrônicos como investimento. Segundo a empresa estadunidense SuperData, no ano passado o mercado de e-sports foi avaliado em US$ 900 milhões.
A expectativa é que, até 2019, esse mercado esteja na marca de US$ 1,2 bilhão com cerca de 300 milhões de fãs ao redor do globo.
Enxergar a oportunidade de entrar no mercado enquanto ele ainda não é bilionário é uma ação que pode render muitos frutos no futuro. Além disso, o crescimento dos jogos eletrônicos tem sido bastante vertical nos últimos 10 anos, com prêmios cada vez maiores.
Não se assuste se no futuro o cenário se inverter e os jogadores de e-sports se tornarem grandes investidores nos esportes tradicionais que a sociedade em geral mais assiste, como futebol, beisebol e basquete.
Imagens: Torcedores.com (1) e LoL Matrix (2)
