Indústria

Futebol alemão decide pela continuidade da regra “50+1”

Dos 34 clubes presentes, 18 votaram pelo fim do atual modelo e 4 foram contra

Futebol alemão decide pela continuidade da regra “50+1”

23 de março de 2018

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Não teve Adidas, presidente do Conselho Deliberativo do Bayern de Munique e CEO da Federação Alemã de Futebol que fizesse mudar o cenário: a regra “50+1” seguirá ativa na Bundesliga e 2.Bundesliga, e manterá uma barreira no país contra a entrada de investidores estrangeiros. E você acompanhou toda essa história aqui no MKTEsportivo.

Como já explicamos, a regra fez com que os clubes se convertessem em companhias de natureza pública ou privada, desde que mantivessem direito de voto majoritário (ou 51%). Ou seja: ela impede que um investidor possua a maioria do capital de uma equipe. Existem exceções, é verdade, como Bayer Leverkusen (de propriedade da farmacêutica Bayer), Hoffenheim  (SAP) e Wolfsburg (Volkswagen). Em todos os casos, é necessário voltar ao ano de 2011. À época, ficou estabelecido que patrocinadores com mais de 20 anos de clube pudessem se tornar sócios majoritários (se aprovados pelos sócios).

Há o caso do RB Leipzig. Mesmo que o clube possua 51% dos votos, todos os (poucos) votantes são funcionários da Red Bull. Portanto, a empresa está no comando. Não à toa é considerado o mais odiado da elite alemã.

O próprio Christian Seifert, CEO da Deutsche Fußball Liga, deu uma forte declaração contra a regra: “Vamos iniciar um processo com os 36 clubes profissionais (Bundesliga e 2. Bundesliga) para rever esta regra, velha, de 20 anos”. Ainda assim, mesmo com o apoio da principal marca esportiva do país, não foi suficiente.

Ontem, foi convocada uma assembléia que reuniu todos os protagonistas de ambas divisões e ela acabou por rejeitar a proposta de modificar a regra. Desta maneira, a Bundesliga e 2.Bundesliga manterão o atual modelo de propriedade. Dos 34 votantes, apenas 18 clubes foram favoráveis, com quatro contra, nove abstenções e três decidiram não votar, mesmo presentes no local. Desta maneira, sem alcançar os dois terços necessários, segue o cenário atual .

Importante lembrar que o pedido pelo fim da “50+1” partiu do FC St. Pauli, que acreditava na necessidade da Alemanha se abrir para investidores estrangeiros ou até mesmo que liberasse para todos a opção do modelo praticado atualmente por SAP, Volkswagen e Bayer. A equipe rapidamente ganhou aliados, entre eles, o Bayern de Munique.

Agora, resta saber se Reinhard Rauball, presidente da DFL, manterá a decisão, já que tanto a Adidas, quanto os principais clubes da liga, não concordam com a regra e acreditam que o futebol alemão se distancia cada vez mais da Premier League. Lembramos que as demais também estão em evolução, já que o Calcio caminha para democratizar o repasse dos direitos de transmissão e a LaLiga está em franca internalização com diversas iniciativas.

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