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O fim da Copa das Confederações, a Liga das Nações e o novo Mundial de Clubes

Com proposta de US$ 25 bilhões, entenda como a entidade poderá promover mudanças profundas no calendário do futebol

O fim da Copa das Confederações, a Liga das Nações e o novo Mundial de Clubes

25 de abril de 2018

5 minutos de Leitura

Conforme destacamos há duas semanas, a FIFA está bem inclinada em promover mudanças profundas no calendário do futebol mundial e já se movimenta para uma reunião especial no mês que vem buscando receber o aval definitivo. Sua motivação? Meramente financeira.

De acordo com informações da BBC, a entidade suíça realizou consultas “promissoras” com confederações regionais, associações individuais de futebol e clubes com grande influência a respeito da criação de um novo Mundial de Clubes e a criação da “Liga das Nações“.

A FIFA sabe de algumas das exigências feitas pelos gigante do continente, como menos jogos durante a temporada, períodos de descanso maiores e alinhamento dos torneios da confederação com o calendário. Ainda que não esteja disposta a atender todos os pedidos, ela afirma que a proposta financeira abrirá uma importante discussão entre os envolvidos.

Sabe-se que o alto escalão da FIFA não está interessado em dois dos seus torneios no formato que existem hoje. Para tal, ela deseja reformar e expandir o Mundial de Clubes, eliminar a Copa das Confederações e introduzir  a Liga das Nações.

Por outro lado, a Associação Europeia de Clubes (ECA), que representa a maioria dos principais clubes do continente, expressou preocupação com o calendário. “Não se trata de adicionar competição neste momento”, disse Andrea Agnelli, presidente da ECA. “Para nós, as prioridades estão abordando o calendário pós-2024”, completou. O ‘ok‘ dos membros da Associação será fundamental para o andamento de ambas iniciativas.

A “Liga das Nações” e o fim da Copa das Confederações

Como já detalhamos, a FIFA quer mudar drasticamente o atual formato do Mundial de Clubes. O novo formato faria o torneio sair de dezembro e migrar para junho. Outra mudança é sua periodicidade, saindo do modelo anual para intervalos de quatro anos. Além disso, saltaria de 7 para 24 clubes. Os participantes seriam divididos em oito grupos de três, com os vencedores de cada um avançando para um formato eliminatório. Portanto, os finalistas jogariam, no máximo, cinco partidas.

De acordo com a proposta, as 24 vagas seriam divididas da seguinte maneira: 12 para a Uefa, 4,5 para a Conmebol, 0,5 para a Oceania, 2 para a Concacaf, 2 para a Ásia, 2 para a África e 1 para o país-sede. O quinto representante sul-americano teria que disputar uma vaga com um time da Oceania.

O planejamento que será apresentado na reunião contempla quatro edições (2021, 2025, 2029, 2033). Cada uma com uma garantia financeira mínima de assombrosos US$ 3 bilhões. Por outro lado, a FIFA não descartou que os anfitriões tenham que pagar uma taxa para sediá-lo.

Além do Mundial de Clubes, outro desejo da entidade é eliminar a Copa das Confederações para introduzir a Liga das Nações. A FIFA garantiria seis jogos para cada seleção (quatro por grupo), com as melhores se enfrentando em uma fase à parte no ano seguinte ao seu início. Se aprovada, já existe uma garantia financeira mínima de US$ 1 bilhão para os direitos da primeira edição em 2020/21. A expectativa dos organizadores é um salto para até US$ 4 bilhões para as três outras edições até 2033.


Como adiantamos, Gianni Infantino, presidente da FIFA, afirmou que investidores da Ásia, Europa e América do Norte prometeram um investimento de US$ 25 bilhões se pudessem se envolver nestes novos torneios. O consórcio de investidores ainda promete investir US$ 1 bilhão para desenvolver uma nova plataforma digital para os suíços. Naturalmente, os fatos motivaram os envolvidos a adiantar todo o planejamento para a criação das competições.

Pelo que a BBC apurou, os US$ 25 bilhões seriam distribuídos durante o já citado período de 12 anos (2021/2033), com a Liga das Nações ficando com US$ 13 bilhões do montante, e o Mundial de Clubes embolsando o restante.

Hoje, UEFA e Concacaf são os maiores vilões da FIFA por já terem planejado a criação de torneios próprios e que atrapalhariam os plano$ da entidade máxima do futebol. Portanto, reuniões a serem realizadas em Zurique devem definir o futuro da modalidade.

Enquanto isso, a Copa do Mundo segue em alta

Mesmo envolvida em escândalos de corrupção nos últimos anos, os planos da FIFA para a Copa do Mundo deste ano não sofreram mudanças drásticas. Hoje são 17 empresas ligadas diretamente ao torneio. Os patrocinadores da própria entidade são Adidas, Coca-Cola, Gazprom, Qatar Airways, Hyundai-Kia, Visa e o grupo chinês Wanda. Além deles, os apoiadores apenas do Mundial são Budweiser, McDonald’s, e as chinesas Hisense, Mengniu e Vivo.

Acordos regionais foram cinco: as quatro russas (Alfa-Bank, Alrosa, Rostelecom e Russian Railways) para o mercado europeu e a chinesa Yadea para a Ásia. O mais recente deles foi com a Alrosa, gigante russa do setor de mineração de diamantes. A empresa é a quarta do país-sede a oficializar apoio. Com o acordo, a entidade encerrou os patrocínios regionais europeus por ter fechado as quatro cotas disponíveis.

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