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Especial | O que Manchester United e PSG ensinam sobre monetizar ativos digitais

Clubes deixam de lado número de seguidores e buscam alternativas para rentabilizar o engajamento dos seus canais

Especial | O que Manchester United e PSG ensinam sobre monetizar ativos digitais

02 de maio de 2018

3 minutos de Leitura

Por Eduardo Esteves

 

Esqueça número de seguidores. Para clubes e ligas que desejam monetizar suas plataformas digitais, embasar um projeto de patrocínio em popularidade dos ativos já não é mais suficiente. Se continuarmos caindo nesse erro, a presença das marcas nos perfis seguirá como mera contrapartida do contrato de camisa. Neste cenário, dois clubes da Europa já trabalham em novos caminhos para, além de engajados, alcançarem a tão sonhada rentabilidade.

O primeiro é o Manchester United e sua chegada ao YouTube. Indo na contramão dos demais, o gigante inglês lançou seu canal oficial apenas em fevereiro deste ano buscando não ser apenas mais um entre tantos. E é aqui que está o ensinamento dos Red Devils: no lugar de usá-lo apenas para divulgar seu conteúdo – o que acaba por limitar o alcance apenas aos inscritos – o clube inglês tem fechado parcerias com criadores de conteúdo que trazem seus próprios patrocinadores e, principalmente, audiências participativas.

Fora do futebol, o YouTube exerce um importante papel por oferecer um fluxo de receita à parte dos canais sociais tradicionais, como Facebook, Twitter e Instagram. Por outro lado, ainda é uma parte absolutamente irrelevante dentro das receitas ao final da temporada. Neste sentido, há o aplicativo oficial do Manchester United transformado em plataforma OTT de assinatura independente. Com atuação global, ele sim consegue uma significativa participação nos ganhos.

Já o PSG trabalha nos bastidores para entender melhor seus fãs, não somente aqueles considerados fanáticos, mas também os casuais e até mesmo quem o acompanha por determinado jogador (algo bem característico do torcedor asiático). E é neste cenário que reside a lição do clube francês: atuar em estreita colaboração com seus parceiros comerciais.

Marcas como Emirates, Nike e Ooredoo serão pilares fundamentais para o clube francês aumentar seu alcance através do conteúdo que publica diariamente. Impactando um maior número de pessoas, o PSG poderá detalhar qual o nível de engajamento do seguidor e o perfil detalhado de quem interage com suas publicações. Quanto maior for a participação e interesse da audiência, maior será a entrega aos seus patrocinadores. Conhecendo as preferências do público em questão, qualifica-se a entrega.

Se tratando de oferecer valor, marcas e criadores de conteúdo estão anos luz à frente de clubes de futebol. A partir do momento que se começa a perceber que existe uma maneira de rentabilizar e que ela depende, principalmente, de dados e engajamento, adequar modelos de sucesso de fora da indústria é a saída mais inteligente para o sucesso no digital.

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