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As projeções da Fiat para aproveitar a presença de Cristiano Ronaldo na Juventus

Mesmo com gestões 100% independentes, a chegada do atacante português ao futebol italiano impactará diversos setores do país

As projeções da Fiat para aproveitar a presença de Cristiano Ronaldo na Juventus

12 de julho de 2018

3 minutos de Leitura

Por Eduardo Esteves

 

Como destacamos recentemente, mesmo antes de ser contratado, já existia na Itália uma corrente contrária à chegada de Cristiano Ronaldo ao país. Ontem, o sindicato dos trabalhadores da Fiat, principal acionista e patrocinadora da Juventus, anunciou que os funcionários entrarão em greve por dois dias devido à contratação do português.

“Não é aceitável que os trabalhadores continuem fazendo enormes sacrifícios econômicos, enquanto a companhia gasta milhões de euros num jogador. Dizem que os tempos estão difíceis, que precisamos recorrer a redes de segurança social, à espera do lançamento de novos modelos, que nunca chegam. E enquanto os trabalhadores e suas famílias apertam os cintos cada vez mais, a empresa decide investir muito dinheiro em um único recurso humano! Isso é justo? É normal que uma pessoa ganhe milhões, enquanto milhares de famílias não conseguem nem chegar ao meio do mês?”, afirmou o sindicado através de um comunicado.




Ainda que se trate de gestões 100% independentes, o desembarque do português na primeira divisão italiana impactará todo o país. Prova disso, é que a montadora italiana já começou a projetar os frutos indiretos que poderá colher com Cristiano Ronaldo. A Fiat Chrysler Automobiles (FCA), cujo logotipo da Jeep figura no espaço máster da camisa da equipe, já estima uma exposição na mídia de aproximadamente US$ 58.3 milhões caso o clube chegue à final da UEFA Champions League. O cálculo, repercutido pela Bloomberg, foi desenvolvido por Eric Smallwood, presidente da Apex Marketing Group, e representaria quase o triplo do que a companhia investe anualmente pelo patrocínio (US$ 20 milhões anuais).

A Jeep, hoje um dos focos de atuação da Fiat Chrysler no setor automotivo, prevê que suas vendas globais alcancem 1.9 milhão este ano. Até 2022, ano que o contrato de Cristiano Ronaldo irá expirar, a montadora espera aumentar este número para 3.3 milhões. Acredita-se que os fãs de futebol hispânicos podem impulsionar tal crescimento.

Vale lembrar que o grupo FCA pertence à família Agnelli, que também é dona do clube heptacampeão da Itália. John Elkann, presidente da Fiat, é primo de Andrea Agnelli, presidente da Juventus, e CEO da Exor, empresa detentora de 30.78% do Grupo FCA, de 22.91% da Ferrari e de 63.77% da equipe. Desde a o anúncio da chegada do atacante, o preço das ações da Juve valorizaram cerca de 35%.

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