Indústria

Os chineses salvaram a Copa do Mundo da Rússia. E os cofres da FIFA também

CEO do grupo Wanda Sports ratificou a importância que o país teve para esta edição

Os chineses salvaram a Copa do Mundo da Rússia. E os cofres da FIFA também

16 de julho de 2018

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O MKTEsportivo já havia alertado que a Copa do Mundo da Rússia seria dominada por investimento chinês. Fato que acabou se concretizando. Hoje, em entrevista o site britânico The Drum, Hengming Yang, CEO do grupo Wanda Sports, ratificou a importância que o país teve para esta edição e como o povo chinês abraçou a competição mesmo sem a participação de sua seleção.

Esta Copa do Mundo fez com que a China e os torcedores chineses abraçassem o torneio como nunca antes. Acho que este será um momento “divisor de águas” para o esporte na China e começará a inserir uma cultura de futebol mais ativa no país, que ajudará o futebol a se desenvolver a partir de dentro, tanto em nível de elite quanto na base”, destacou Yang. “Uma das principais razões para assinarmos a parceria com a Fifa foi inspirar a próxima geração de futebolistas chineses. Na Copa do Mundo de 2018, entregamos exatamente isso: demos a 384 crianças entre 12 e 17 anos a oportunidade de entrar em campo na Copa do Mundo como portadores de bandeiras nos jogos”, completou.

De acordo com dados da FIFA, aproximadamente 100 mil turistas chineses estiveram na Rússia para acompanhar a Copa. Já a China foi a responsável por 14 das 20 maiores audiências de televisão do Mundial.

A força chinesa neste ano tem uma explicação: os sucessivos escândalos que tomaram os bastidores da FIFA. Há quatro anos, gigantes como Castrol, Continental, Emirates, Johnson & Johnson e Sony deixaram de patrocinar a entidade. Pra piorar, das 34 cotas publicitárias disponíveis para o torneio na Rússia, apenas metade foi comercializada.

Este ano, o país asiático foi representado pelo já citado Grupo Wanda, como parceiro da FIFA, além de HisenseMengniu e Vivo com contratos fechados somente para o atual Mundial. A Yadea é a única que ocupou a categoria regional. Desta maneira, ao lado do país-sede, a China conta com o maior número de aportes. Somando os investimentos, ela correspondeu a US$ 835 milhões do faturamento, ou um terço de toda a arrecadação com patrocínios do torneio. O número é fruto de uma pesquisa feita pela especializada Zenith Group, que levantou detalhes a respeito de todos os parceiros envolvidos no Mundial. Em 2010, os asiáticos foram representados por apenas uma marca, a Yingli Green Energy.

“O grupo Wanda é o primeiro parceiro chinês da Fifa, e estamos muito orgulhosos com isso. Estamos felizes em ver outras empresas chinesas seguirem os nossos passos, e acreditamos que será bom para o esporte na China se desenvolver, à medida que mais e mais empresas chinesas estiverem por trás da cena, assim como nós”, afirmou Hengming em recente entrevista à Reuters.

Além deste domínio comercial, há ainda o setor de apostas, que segundo uma estimativa divulgada pelo próprio governo chinês, deve movimentar R$ 30 bilhões no período. Por trás de todo o investimento feito, o objetivo da China de se tornar uma potência do futebol até 2050 e promover o interesse pela modalidade entre a população.

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