Quando eu entrei na faculdade em 2005 procurei desde o início direcionar todo e qualquer trabalho que desenvolvia para a esfera esportiva. Foram 8 artigos desenvolvidos no período e todos eles trazendo algum tema especifico relacionado ao esporte. O TCC, claro, não poderia ser diferente. Já imaginou querer fomentar a discussão e procurar informações em 2005? Estamos em 2017 e seguimos debatendo sobre evolução e profissionalismo. Foi complicado, mas superei.
A partir da criação desde site em 2009, na gana de entrar no mercado que tanto sonhava, eu era figura carimbada em cursos e seminários que eram oferecidos. Pelo crescimento dos perfis, passei a ser convidado para participar em troca de divulgação. Algo natural. Sem experiência, a afobação por conhecer profissionais que já atuavam na área, saber detalhes dos assuntos que faziam parte do marketing esportivo e apenas ter a consciência tranquila que fiz minha parte ao participar acabavam por me guiar.
A busca por uma oportunidade leva a tais atitudes. É natural que sintamos a necessidade de participar de tudo, de interagir nas redes sociais com marcas e influenciadores ou adicionar diversos profissionais no LinkedIn justamente para que sintamos parte de uma “comunidade” que almejamos estar 100% inseridos. Enquanto cavava espaço, perdi as contas de quantos e-mails enviei para profissionais para que minhas ideias e visões fossem notadas e, quem sabe, tidas como interessantes.
A partir de minha primeira oportunidade, dada em 2010 por um profissional de ponta no mercado ao qual serei eternamente grato, houve uma mudança curiosa de postura. Coloquei o pé no freio sobre participar de diversos cursos e eventos, afinal, notei que todos acabavam por falar sobre a mesma coisa, sem diferencial algum; conheci muitas pessoas que me deram um amadurecimento importantíssimo sobre como lidar dentro de um segmento amador e soube tirar delas o melhor proveito; e consegui enxergar que, aquilo com que eu tanto sonhava trabalhar, ainda tinha grandes percalços no caminho rumo à profissionalização (e continua tendo, diga-se).
A experiência lhe traz isso. Você foca muito mais na sua carreira, dá mais peso ao MBA do que cursos que não saem do lugar, preocupa-se com a reunião do dia seguinte e/ou atender a demanda dos seus clientes do que seguir com aquela antiga gana de ser notado. Pensa (erroneamente) que a sua experiência é que será o seu único cartão de visita e que as portas se abrirão automaticamente. Lembra quando citei que ainda estamos caminhando rumo à profissionalização? Na maioria dos casos, apesar da disputa acirrada e concorrida por uma vaga, a cultura da indicação prevalece. Muitas vezes não será o profissional melhor preparado ou com larga experiência que assumirá determinado cargo e você terá que saber lidar com isso.
A experiência ou inexperiência diz muito sobre um profissional e sua atuação, e não somente no mercado esportivo. É uma mudança de postura natural, afinal, uma vez inserido, talvez a própria carreira o faça não ter mais tempo para saber as últimas notícias, quais foram as atualizações de grupos de redes sociais e quem o adicionou no LinkedIn.
Se você busca uma oportunidade, seja mais analítico (e cauteloso) quanto aos eventos que participa; procure se aproximar de profissionais que estão dispostos a trocar ideia ou até mesmo recebe-lo na empresa para um café; direcione seus trabalhos (na faculdade, na cidade, no bairro ou em algum portal) para o tema de sua preferência (patrocínio? eventos? digital? gerenciamento de imagem?); tenha um perfil no Twitter para fomentar o assunto; atualize seu LinkedIn detalhando toda sua experiência e procure adicionar apenas pessoas do meio. Lembre-se que esta rede é uma vitrine e direcionada para assuntos profissionais!
Independente dos rumos de sua carreira, não deixe apagar a chama que existe em você na busca por uma oportunidade ou na luta por um mercado profissional. Sempre que possível, participe de iniciativas que são oferecidas e mantenha o senso analítico para tudo que apareça como inovador ou que trará profundas mudanças.
Hoje, o importante é que olho pra trás e vejo que tudo tem valido a pena. Mais maduro e tendo passado por muitas dificuldades nestes oito anos, sinto que a experiência que adquiri me possibilitou, pelo menos, a escrever este artigo e contribuir de alguma maneira com outras pessoas que estiveram (ou estão) em situação semelhante à minha.
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