Por Eduardo Esteves
Inegavelmente a chegada da Netflix, há 21 anos presente no mercado norte-americano, trouxe inúmeras oportunidades para produtores e distribuidores de filmes e séries, mas também ligou um alerta em demais empresas do setor. De imediato, as cadeias de aluguel de filmes foram as primeiras vítimas. Podemos citar o clássico exemplo da Blockbuster. Em seguida, as vendas de DVD’s despencaram e houve uma diminuição (e cancelamento) de novas assinaturas de Tv a cabo. Como vemos atualmente, muitas emissoras começam a lançar suas plataformas OTT (NOW, Go, Play, Plus, Prime e etc)
Quando pensamos em concorrentes para a plataforma de streaming, citamos automaticamente outras outras empresas do setor de conteúdo por demanda, como Apple Tv, Hulu e a Amazon. Mas uma em questão jamais passaria pela cabeça de muitos: a Adidas. Isso mesmo!
Em uma entrevista recente para o Business Insider, Paul Gaudio, diretor criativo da alemã, apresentou uma interessante visão sobre o “fenômeno-Netflix” e como ela tem sido considerada uma “ameaça competitiva” dentro da empresa.
“Qualquer player que concorra pela atenção de um jovem é um rival Adidas. Netflix, Instagram, enfim, todos são concorrentes por compartilhar da mesma carteira. Sozinho, um garoto tem muito dinheiro para gastar.” – Paul Gaudio
Gaudio seguiu seu pensamento ao salientar que os potenciais jovens consumidores não estão considerando apenas outros artigos esportivas no processo de compra, mas uma ampla gama de opções entre serviços e produtos. Se você parar para pensar, dado o alcance obtido pelos vídeos sob demanda e sua influência na vida das pessoas, não é loucura pensar que a Netflix possui sim grande participação em diversos campos da indústria. Fora que se faz presente em celulares, Tvs, notebooks e computadores.
Há algum tempo a Adidas se afasta cada vez mais do apelo de ser uma marca exclusivamente esportiva para passar uma imagem de que vende também “estilo de vida”, certamente como Netflix, Facebook, Instagram e a Amazon desejam ser vistas. E nós já destacamos as estratégias da alemã neste seu novo e digitalizado momento.
Por outro lado, a Netflix não é a maior vilã do mercado, única culpada por falências e crises de faturamento de grandes empresas, mas sim o aumento de ofertas e distrações que acabam por consumir maior atenção e investimento dos clientes. Neste competitivo cenário, há um natural (e necessário) remanejamento de investimentos para aquilo que realmente interessa. Temos aí a necessidade de entregar relevância e produtos/serviços que realmente façam a diferença.
Isso não quer dizer que a plataforma de streaming não rivalize com os players do esporte, ao menos com os grupos de mídia. Vale lembrar que a Netflix começa aos poucos a aumentar sua oferta de conteúdo esportivo e, para o futuro, não descarta oferecer transmissões ao vivo. Juventus, River Plate, Boca Jrs e Fangio são apenas alguns dos exemplos do que veremos em breve.