Indústria

Especial | Como o esporte pode definir o futuro da Tv paga

Levantamento da PWC mostra a influência da entrega esportiva na permanência do serviço dentro dos lares

Especial | Como o esporte pode definir o futuro da Tv paga

03 de janeiro de 2018

3 minutos de Leitura

Por Eduardo Esteves

 

PricewaterhouseCoopers (PWC) apresentou recentemente um relatório que diz muito sobre o futuro da Tv paga e sua atual relação com plataformas de conteúdo sob-demanda, como é o caso da Netflix. Mais: como o fã de esporte poderá ser o divisor de águas sobre o futuro da Televisão como consumimos hoje.

De acordo com o estudo, o número de americanos que assinam TV a cabo e os que assinam a plataforma de streaming encontra-se praticamente igual: 73%. A diferença está que o número de assinantes da Netflix aumentou consideravelmente nos últimos anos, enquanto o da TV paga estagnou (em algumas faixas de idade, diminuiu). E onde entra o esporte neste cenário?

Entre os que se assumiram consumidores esportivos, 82% cancelariam suas assinaturas caso tivessem outras opções para assistirem transmissões de suas modalidades favoritas. Já 91% só estão ativos em seus planos de Tv a cabo pela possibilidade de assistir esportes ao vivo. Ou seja: sem ofertas de ligas e competições, cancelariam o serviço em seus lares. Se eles têm consciência dos novos tempos que vivemos? Absolutamente!

Para 90% dos entrevistados as opções para assistir esportes ao vivo se expandiram nos últimos anos. Mais da metade dos fãs de esportes (52%) assumiram que pagariam um valor mais elevado caso pudessem assistir streaming em mais dispositivos. O preço médio considerado ideal por eles seria de US$ 23 mensais.

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Indo além da transmissão em si, 56% gostariam de ter acesso a mais conteúdos interativos, como estatísticas, entrevistas exclusivas e a possibilidade de interagir com outras pessoas enquanto assistem aos jogos. Neste caso, temos um ponto muito favorável para o crescimento das redes sociais dentro do esporte. Inúmeros são os casos que já apresentamos envolvendo Facebook, Amazon e Twitter.

Apesar de todo cenário favorável aos dispositivos e plataformas sociais, a Tv ainda mostra sua força no âmbito da publicidade por estar em um número maior de lares e ter grande abrangência no mercado. Segundo apurou a PWC, apenas 40% dos entrevistados acreditam que a publicidade em serviços de streaming é muito mais relevante do que em anúncios na TV.

Desta maneira, o investimento em propagandas na Tv segue com força e alcance entre a maioria da população. O que já era esperado. Para eles, entrando em dispositivos, as empresas devem ser “mais atraentes e relevantes“, algo que não ocorre hoje, já que, segundo eles, mostram “o mesmo comercial repetidamente“, o que as torna “irritantes“.

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Para Tv, Netflix, Amazon, Twitter, Facebook e tantas outras, há um fator  inegável: a interação entre mídias é um ponto comum à todos os espectadores. Como levantado, 64% se comunicam com outras pessoas enquanto assistem algum programa usando uma segunda tela. Hoje, dentre as citadas, a Netflix tem ampla desvantagem, afinal, o fã de esporte necessita de conteúdos ao vivo.

Se a Tv paga deseja ter vida longa, a entrega deverá ser repensada. Se atualmente os principais grupos de mídia já lançaram suas plataformas de streaming, é fruto de uma clara transformação do mercado. O consumo na palma da mão cresce rapidamente e as principais redes sociais já se atentaram ao novo momento da indústria. O fã consome e interage. Assiste a uma partida e divulga uma postagem sobre isso. Ele deseja que este novo modelo esteja completamente inserido em seu consumo.

Se estão propensos a mudanças, a oferta esportiva pode migrar muito em breve. Sem mudanças, os meios, digamos, “tradicionais”, poderão sofrer um baque irreversível.

 

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