Indústria

Por que times de futebol precisam de um aplicativo para monetizar seu público?

Humberto Farias, sócio-fundador da FanHero, analisa as oportunidades que apps oficiais oferecem aos clubes

Por que times de futebol precisam de um aplicativo para monetizar seu público?

07 de fevereiro de 2018

4 minutos de Leitura

Por Humberto Farias

 

De uma forma geral os fãs de esporte formam uma comunidade muito, muito coesa, no Brasil e em todo o mundo. Se organizados em grupos, eles acompanham diariamente suas equipes (às vezes viajando até outras cidades) e a vida pessoal dos jogadores e gastam dinheiro comprando produtos licenciados, como camisas e acessórios do clube. Com tanta lealdade, pode parecer tarefa fácil para uma equipe ganhar dinheiro com seu maior ativo, a torcida, mas não é tão simples assim.

Clubes como o Corinthians, o Vasco e o Orlando City, e de futebol americano, como o Green Bay Packers e o Miami Dolphins, já trabalham com aplicativos personalizados projetados para extrair o máximo de seus torcedores por meio de interação e engajamento. Em suma, essas ferramentas oferecem três benefícios para as equipes:

PROMOVER ENGAJAMENTO DO TORCEDOR

Não há nada que o torcedor goste mais do que se sentir como se fizesse parte da “família“. Com um aplicativo personalizado, os times podem criar relacionamento verdadeiro com os fãs. A ferramenta pode mostrar replays e entrevistas exclusivas, textos detalhados sobre os jogadores, atualizações de placar e substituição de jogadores, e até mesmo notificações push para os próximos jogos e eventos. Imagine só ser capaz de informar todos os torcedores do time em um raio de 100 quilômetros sobre a próxima sessão de autógrafos naquela área, e quem comparecer e mostrar ser usuário do app ainda ganhará descontos em ingressos?

Nos últimos anos, usuários têm ficado entediados com os aplicativos que mais parecem meras “plataformas de anúncio“. Felizmente, há uma série de opções para interatividade bidirecional com um aplicativo personalizado. Nos EUA, torcedores já podem usar um aplicativo para jogar um quiz, sugerir novidades nos tours de estádios, encontrar seus assentos no dia do jogo e votar na música que tocará nos intervalos das partidas Algumas equipes ainda oferecem a opção de “registrar” um sub-grupo de torcedores através do aplicativo, permitindo que eles se encontrem mais facilmente.

AUMENTAR AS VENDAS

O uso de um aplicativo para comprar ingressos tem reduzido a quase zero o risco de bilhetes falsificados. Além disso, um smartphone com o código de barras do ingresso é muito mais prático para passar na catraca do que um ingresso físico, que pode se perder em uma bolsa ou mochila cheia de objetos. O mesmo app que permite a venda de ingressos digitais também pode ser usado para outras vendas periféricas, como de tíquete de estacionamento, de tours de estádio e até de alimentação dentro da área de jogo. Existem até aplicativos com ferramentas que permitem avisar ao torcedor quando os estoques das lanchonetes do estádio estão acabando. Acredite se quiser!

Esses aplicativos personalizados também oferecem oportunidades de vendas fora do dia do jogo. Eles podem ser usados ​​para promover produtos licenciados e campanhas exclusivamente veiculadas nos aplicativos. O potencial de lucros é enorme; em 2015, a receita de merchandising das equipes esportivas ultrapassou 27 bilhões de dólares.

MAXIMIZAR DADOS

Aprender mais sobre os torcedores ajuda a aperfeiçoar as ofertas de serviços e campanhas de marketing. Com um aplicativo personalizado, o clube ganha informações detalhadas por dados demográficos, mais do que o que seria possível através de pesquisas ou de redes sociais. A instituição consegue, via app, acompanhar a atividade do torcedor em muitos níveis: interações de marca, opiniões sobre jogadores, histórico dele no estádio, quais grupos de torcedores são mais ativos online, etc.

O mais vantajoso é que a agremiação tem direito a essa informação sem correr o risco, como acontece frequentemente, de uma rede social de repente remover ou restringir o acesso a esse tipo de dado.

É de notório conhecimento que as pessoas estão mais ativas em dispositivos móveis do que nunca. Elas exigem disponibilidade 24 horas por dia e respondem bem a essa atenção maior oferecida por um aplicativo personalizado. Ignorar esse fato significa desperdiçar uma grande chance de aumentar a monetização dentro e fora do campo.

 

Humberto Farias é sócio-fundador da start-up norte-americana FanHero, plataforma de monetização que está firmando parcerias com celebridades em todo o mundo para otimizar o relacionamento entre o fã e seu ídolo. Atua há mais de 15 anos no mercado de tecnologia e inovação e estudou na Flórida, onde vive atualmente e fundou a empresa ao lado do irmão Leo, do norte-americano Christopher Cooper e do sul-africano Peer Snoep.

Compartilhe