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Especial | Mohamed Salah e a lição ao mercado de patrocínio no futebol

Polêmica envolvendo o uso da imagem do egípcio oferece um importante ensinamento aos que atuam no setor

Especial | Mohamed Salah e a lição ao mercado de patrocínio no futebol

01 de maio de 2018

3 minutos de Leitura

Se dentro de campo vive uma fase excepcional, fora dele Mohamed Salah está no centro de uma polêmica comercial. O atacante egípcio utilizou seu perfil no Twitter para criticar a decisão da Associação Egípcia de Futebol (EFA) de colocar sua imagem no avião oficial da Seleção do Egito. O problema é que a personalização da aeronave foi bancada pela companhia WE, parceira da EFA e maior concorrente da Vodafone, principal patrocinadora de Salah.

“Infelizmente, a maneira de lidar com isso é um grande insulto. Eu esperava que o acordo fosse mais elegante do que isso. Agradeço a todos pelo seu grande apoio hoje. De fato, a reação foi anormal e fiquei muito comovido com a interação de vocês. Estamos acreditando na promessa para resolver esse assunto e, tomara, encontrar uma solução. Obrigado de novo”, publicou o jogador do Liverpool em seu perfil na rede social. Já para o Ministro do Esporte do Egito, que defendeu a EFA, “Salah é um herói para todos os egípcios e representa seu país”.

Ainda que cause estranheza, atletas figurarem em iniciativas de marcas concorrentes não é de todo estranho dentro do futebol. Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, por exemplo, figuram nas peças de lançamento de camisas dos seus clubes, patrocinados por Adidas e Nike, respectivamente. Abaixo, note o argentino segurando uma bola com o swoosh destacado.

Até pelo alto nível de profissionalismo envolvido, tudo é acordado contratualmente, cientes que são funcionários do clube e pilares fundamentais de geração de receitas.

E o que isso tem a ver com a polêmica envolvendo Salah no avião da seleção do seu país? Em imagens que trazem situações de jogo, como neste caso, a entidade é livre para utilizar qualquer atleta contanto que apareçam três ou mais. Como o atacante do Liverpool merece o devido destaque, ele figura separado dos demais, mas ainda assim, com mais de quatro jogadores no total (e também o técnico Héctor Cúper). Então isso se aplica a todos os outros acordos comerciais e atletas dentro do futebol? Não.

Não isentando a EFA de parte da culpa, já que ela poderia ter ao menos consultado o staff do atleta, o que faltou a Vodafone foi colocar em contrato que o jogador não poderia figurar em campanhas de suas concorrentes. Se a empresa (e o próprio egípcio) não imaginava que ele teria um crescimento tão meteórico chegando a figurar entre os melhores do mundo, trata-se de uma grande ingenuidade de quem negociou as bases do patrocínio. Vale lembrar que o acordo foi anunciado em dezembro do ano passado, quando o “Egyptian King” já vivia uma excelente fase nos Reds.

Pelo atual peso de Salah na equipe, certamente a Associação Egípcia de Futebol encontrará uma solução para o caso visando manter um clima amistoso de olho na proximidade da Copa do Mundo na Rússia.

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