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Chelsea planeja levar torcedores antissemitas para tour em Auschwitz

Judeu, dono do clube inglês já teria aprovado a iniciativa

Chelsea planeja levar torcedores antissemitas para tour em Auschwitz

15 de outubro de 2018

3 minutos de Leitura

O Chelsea poderá escrever em breve um importante capítulo na longa luta do futebol contra episódios de racismo e antissemitismo. Os Blues anunciaram que no lugar de banir do seu estádio torcedores com comportamentos inadequados, dará a opção dos mesmos visitarem Auschwitz por meio do tour educativo sobre o campo de concentração nazista na Segunda Guerra Mundial.

“Se você apenas banir as pessoas, nunca mudará o seu comportamento. Essa política dá a eles a chance de perceber o que fizeram, de quererem se comportar melhor. No passado, nós poderíamos tirá-los da torcida e bani-los por mais de três anos. Agora dizemos: ‘Você fez algo errado e tem a opção. Podemos bani-lo ou você pode passar algum tempo com nossos funcionários de diversidade, entendendo o que você fez de errado'”, disse Bruce Buck, presidente do clube, em entrevista ao The Sun.

Vale destacar que a ideia chegou ao conhecimento de Roman Abramovich, dono do Chelsea. Judeu, o magnata russo já teria aprovado a iniciativa. Em junho desde ano, um grupo de cerca de 150 pessoas ligadas ao clube inglês, entre funcionários e torcedores, visitou o campo de concentração na Polônia.

“É difícil agir quando um grupo de 50 ou 100 pessoas está cantando. É virtualmente impossível lidar ou tentar tirá-los do estádio. Mas se há indivíduos que podemos identificar, então podemos agir. As viagens a Auschwitz foram realmente importantes e eficazes. Iremos considerar mais, assim como outras coisas que afetam as pessoas”, completou Buck.

Outra que apoiou a ideia foi a Federação de Torcedores de Futebol (FSF). A entidade exaltou o pioneirismo do Chelsea e a maneira com que o clube atuará no combate ao racismo no futebol.

“A nossa entidade possui um histórico longo de advogar e promover eventos educacionais com torcedores que usaram linguagem discriminatória. Concordamos completamente com Bruce Buck, que simplesmente banir as pessoas não irá mudar seu comportamento ou suas atitudes. Aplaudimos o Chelsea por ser um dos clubes da Premier League a advogar tão claramente por essa abordagem e esperamos que outros sigam o exemplo”, declarou Anwar Uddin, gerente de diversidade da FSF, ao The Guardian.

Em 2015, torcedores dos Blues protagonizaram um lamentável episódio racista após empate em 1 a 1 contra o Paris Saint-Germain, válido pelas oitavas de final da Champions League daquele ano. À época, um grupo de britânicos impediu a entrada de um homem negro em um dos vagões do metrô de Paris gritando “Chelsea! Chelsea!” e, posteriormente, “Somos racistas, somos racistas! Esse é o jeito que nós gostamos”.

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