Por ocasião do Dia Nacional da Visibilidade Trans, comemorado na última terça-feira, o Bahia anunciou que todos as pessoas trans terão o direito de usar seus nomes sociais em qualquer procedimento administrativo relacionado ao clube. Trata-se de mais um compromisso do Esquadrão em prol de um mundo mais justo, humano e igual.
“Respeitaremos o nome social das pessoas trans, sejam elas sócias do Bahia, sejam elas funcionárias do Bahia, sejam elas torcedoras do Bahia ou sejam elas torcedoras de outros clubes (ou de nenhum). O nome social passa a ser o nome oficial no crachá, na carteira de sócio e onde for necessária a exposição do nome da pessoa. O futebol amplia a sua razão de existir quando cumpre o papel de geração de bem-estar e transformação da sociedade. O futebol une pessoas, reconcilia conflitos e promove igualdade. Diante do nosso time, assim como deveria ser na vida, todos somos iguais. Por outro lado, também se revela como reflexo da sociedade ao se ser, lamentável e paradoxalmente, um ambiente de reprodução de homofobia, machismo, racismo, transfobia e outras muitas formas de preconceito”, destacou o Bahia, em nota publicada em seu site oficial.
De acordo com um relatório da ONG Internacional Transgender Europe (TGEU), o Brasil é o país que mais mata travestis e pessoas trans no mundo. O número de assassinatos é três vezes maior que o do México, segundo colocado na pesquisa. Além disso, por conta de sofrerem agressões e todo tipo de preconceito, cerca de 40% das pessoas trans já tentaram cometer suicídio. A Bahia é o terceiro estado que mais registra mortes violentas de pessoas LGBT.
De agora em diante, o clube respeitará o nome social das pessoas trans ou travestis, sejam elas sócias, funcionárias, torcedoras do Bahia, ou mesmo de outros clubes ou de nenhum.
Leia a nota na íntegra:
“O Brasil é o país que mais mata travestis e pessoas trans no mundo, de acordo com o relatório da ONG Internacional Transgender Europe (TGEU). O número de assassinatos é três vezes maior que o do segundo colocado na pesquisa, o México.
As pessoas que sobrevivem a esse massacre convivem diariamente com diversas formas de opressão, seja no ambiente familiar, nas ruas, nas escolas, nas faculdades, nas redes sociais ou no ambiente de trabalho – quando raramente conseguem acesso ao emprego.
Tal contexto acentua outro desafio relacionado às pessoas trans: a depressão. Um estudo do National Center for Transgender Equality revela que 40% das pessoas trans já tentaram acabar com a própria vida. Em outra pesquisa, na Universidade da Califórnia, revela-se que as pessoas trans pensam em suicídio 14 vezes mais em comparação à população geral.
Segundo levantamento do GGB, a Bahia é o 3º estado em mortes violentas de pessoas LGBT.
O futebol amplia a sua razão de existir quando cumpre o papel de geração de bem-estar e transformação da sociedade. O futebol une pessoas, reconcilia conflitos e promove igualdade. Diante do nosso time, assim como deveria ser na vida, todos somos iguais. Por outro lado, também se revela como reflexo da sociedade ao se ser, lamentável e paradoxalmente, um ambiente de reprodução de homofobia, machismo, racismo, transfobia e outra muitas formas de preconceito.
Mudanças no futebol refletem na sociedade. Mudanças na sociedade refletem no futebol. Futebol e sociedade, portanto, são uma só coisa.
Diante disso, é necessário incluir no futebol também a luta das pessoas trans.
As pessoas trans existem, possuem planos de vida, amam, andam pelas ruas, possuem famílias, merecem cuidados, desejam e precisam atuar no mercado de trabalho. Incluir, garantir a dignidade, respeitar e acolher são obrigações emergenciais da sociedade, de seus indivíduos e das instituições.
Hoje, 29 de janeiro de 2019, Dia Nacional da Visibilidade Trans, o Esporte Clube Bahia reafirma a sua luta por um mundo mais justo, humano e igual e anuncia o uso do nome social em todos os seus procedimentos administrativos, a partir desta data.
Respeitaremos o nome social das pessoas trans sejam elas sócias do Bahia, sejam elas funcionárias do Bahia, sejam elas torcedoras do Bahia ou sejam elas torcedoras de outros clubes (ou de nenhum).
O nome social passa a ser o nome oficial no crachá, na carteira de sócio e onde for necessária a exposição do nome da pessoa.
Bahia, clube de todxs”.