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Athletico oficializa ausência no Premiere e Palmeiras segue sem acordo com a Globo

Por enquanto, o clima é de incerteza sobre a possibilidade de transmissão de todos os jogos das equipes

Athletico oficializa ausência no Premiere e Palmeiras segue sem acordo com a Globo

29 de abril de 2019

4 minutos de Leitura

Durante o final de semana, Palmeiras e Athletico se posicionaram de maneira oficial sobre as negociações com a Rede Globo. Em comum, a ausência de um acordo mesmo após o pontapé inicial do Campeonato Brasileiro.




Dos dois, como de costume, o time paranaense adotou uma postura mais agressiva. Em um vídeo publicado nas redes sociais, o CAP explicou aos seus torcedores o motivo de não aceitar a proposta da emissora para figurar no pacote do pay-per-view. De acordo com o clube, enquanto a média paga aos participantes é de R$ 32 milhões (teto de R$ 120 mi para Corinthians e Flamengo), a proposta para o Athletico é de R$ 6 milhões por ano. A cessão valeria para o período de 2019 a 2024.

“O Club Athletico Paranaense comunica que não chegou, todavia, a um acordo com o Grupo Globo para cessão dos direitos de transmissão de seus jogos nos canais PREMIERE (PPV) da Série A do Campeonato Brasileiro, nos anos de 2019 a 2024. Desta forma, as partidas do Furacão não serão exibidas nos canais pagos por assinatura pay-per-view! Esta situação já acontecerá na partida de amanhã (28), contra o Vasco da Gama, no Estádio Joaquim Américo, conforme anunciado pelo Grupo Globo em nota oficial”, destacou o Athletico por meio de uma nota em seu site oficial.

Ainda segundo a direção alvinegra, “o Athletico não concorda com a forma injusta de distribuição das receitas de PPV”, que pelo formato atual, Corinthians e Flamengo recebem “quarenta vezes mais que o Furacão”. Na estreia contra o Vasco, na Arena da Baixada, o banco Digi+, a rede varejista Havan e a produtora de alimentos Copacol figuraram nas placas de publicidade.

Já no comunicado do Palmeiras, assinado pelo presidente Mauricio Galiotte, o clube confirmou que a principal barreira é a divergência financeira entre as partes. O Verdão é o único que ainda não entrou em acordo com a empresa, já que para a Tv fechada tem um acerto com o Grupo Turner. O reflexo foi visto na estreia no Brasileirão, onde o Allianz Parque figurou com placas de publicidade no entorno do gramado com marcas parceiras, como Crefisa e Puma. Neste caso, fruto da ausência de um acordo com a SportPromotion, responsável pela comercialização do espaço.

Em ambos casos, vale detalhar como o valor é distribuído pelo PPV. Do total arrecadado, a Globo repassa 38% aos clubes. A distribuição, por sua vez, é feita a partir da base de dados do Premiere, que sempre indaga ao comprador do pacote sobre o seu time do coração. Para o Palmeiras, a divisão deveria ser mais técnica, embasada em números de audiência e o tempo gasto pelo torcedor em cada jogo.

Já na Tv aberta, a divisão da cota este ano será feita 40% por igual entre todos os clubes, 30% pela performance no torneio e os 30% restantes divididos conforme a presença na TV aberta e a audiência dos duelos. Nesta fatia, há um fator redutor aos que fecharam com a Turner, já que a emissora carioca perde audiência com jogos que estão em outros canais.

Pelo lado da Globo, certa “tranquilidade”, afinal, ela já assinou com dezenove clubes na TV aberta e dezoito para o Premiere, o que explica a firme postura adotada neste momento. O baque, no entanto, poderá ser financeiro, dada a ausência de dois grandes times no pacote oferecido ao mercado.

A seguir, a nota oficial do Palmeiras assinada pelo presidente Maurício Galiotte

Em respeito aos nossos milhões de torcedores, venho a público esclarecer que, até o momento, a Sociedade Esportiva Palmeiras não chegou a um acordo sobre os direitos de transmissão para TV aberta e Pay-per-view do Campeonato Brasileiro de Futebol.

Há diferenças financeiras e conceituais a superar. Cabe esclarecer que nosso posicionamento está embasado em critérios absolutamente técnicos, com ênfase em audiência, performance esportiva destacada e na relevância da marca Palmeiras, considerando não apenas a evolução dos últimos anos, mas sobretudo a perspectiva para os próximos.

Vale registrar que não há ruptura ou mudança drástica com relação aos valores históricos de remuneração e entendemos que aspectos concorrenciais possam ter tornado o processo de negociação mais complexo.

Por fim, quero lhes dizer que temos acompanhado a acelerada transformação nos hábitos de mídia e consumo e as novas formas de produção e distribuição de entretenimento esportivo e reitero, neste momento, nosso cuidado e responsabilidade em conduzir a melhor negociação para a Sociedade Esportiva Palmeiras.  

Maurício Galiotte

Presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras

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