Um relatório divulgado pela Federação de Futebol dos Estados Unidos (US Soccer) aumentou a polêmica com as jogadoras da seleção americana campeãs do mundo este ano.
Nele, a entidade destaca que as atletas ganharam mais do que os homens entre 2010 e 2018, contrariando os números publicados pelo Wall Street Journal, que havia revelado que a USWNT gerou mais receita (US$ 50.8 milhões) do que os homens (US$ 49.9 milhões) nos três anos após o tricampeonato mundial conquistado pelas americanas na Copa do Mundo Feminina de 2015.
De acordo com Carlos Cordeiro, presidente da US Soccer, a remuneração para as atletas foi de US$ 34.1 milhões, contra US$ 26.4 milhões dos homens. Além disso, o relatório detalha que as mulheres teriam um salário-base de US$ 100 mil, enquanto os homens não possuem esse valor fixo, sendo pagos por treinos e jogos, além de bonificações.
Diante dos fatos, a USWNT rapidamente se posicionou e chamou a análise divulgada por Cordeiro de “completamente falsa”.
“Esta é uma triste tentativa da US Soccer de acabar com a esmagadora onda de apoio que a USWNT recebeu de todos, desde torcedores e patrocinadores, até o Congresso dos Estados Unidos. A federação tem repetidamente admitido que não paga as mulheres igualmente e que não acredita que as mulheres mereçam ser igualmente pagas. Para cada jogo que um homem joga pela seleção, é feito um pagamento de salário mais alto do que para uma mulher. Para cada vitória ou empate comparável, o bônus dos homens é maior. Essa é a própria definição de discriminação de gênero. A federação acreditar em outra coisa é desanimador, mas isso só aumenta nossa determinação em obter uma remuneração igual. Se o USSoccer não concordar com isso na próxima mediação, nós os veremos no tribunal”, diz um trecho do comunicado.
Segundo a USWNT, cada jogadora embolsa, em média, cerca de US$ 8.2 mil a menos por partida do que os homens ao longo de um ano de calendário internacional de 20 jogos.
Desde o início da polêmica, a USWNT tem recebido apoio de algumas de suas parceiras, como a Procter & Gamble e a fabricante de alimentos nutricionais Luna Bar, parceira da Associação de Jogadoras da Seleção Feminina dos Estados Unidos. No caso da P&G, ela destinou US$ 23 mil para cada uma das atletas campeãs.