A Usada (United States Antidoping Agency), agência antidoping dos EUA, abriu uma polêmica ao colocar a Nike no centro do escândalo envolvendo o técnico Alberto Salazar, patrocinado pela gigante americana e encabeçava o projeto “Nike Oregon“, que treinava atletas para provas de longa distância.
A agência revelou que Mark Parker, CEO da empresa, trocava e-mails e estava ciente de que Salazar ministrava experimentos com substâncias para potencializar a performance de atletas. Algumas destas mensagens foram reveladas pela Usada. As investigações sobre o treinador se arrastaram por seis anos.
Nos e-mails, Parker é informado pelo médico Jeffrey Brown, que também trabalhava para a Nike, sobre resultados de testes com cremes hormonais nos filhos de Salazar, que não são atletas profissionais, e responde pedindo para o médico determinar o nível mínimo que pode ter da substância no corpo para ser detectado no exame antidoping.
“Há outros hormônios tópicos que poderiam criar resultados mais dramáticos ou outras substâncias que poderiam acelerar seu ritmo de absorção pelo corpo?”, questionou.
Rapidamente, a Nike rechaçou qualquer uso indevido desses testes feito por Salazar. De acordo com a empresa, o objetivo do experimento era saber qual era o risco de atletas patrocinados por ela serem pegos em doping após sabotagem feita por rivais.
“Quero que vocês saibam que, quando lhes peço que ‘Façam a Coisa Certa’, estou respeitando a mesma regra. Eu jamais aceitaria trapaças de qualquer espécie, no esporte ou em qualquer outro campo, e espero que vocês tampouco o façam”, destacou Parker em um comunicado aos funcionários na quarta-feira (3).
Por enquanto, a Nike seguirá patrocinando Alberto Salazar, procedimento comum dentro da marca em atletas patrocinados que são pegos no exame antidoping.
No entanto, Salazar foi descredenciado do Mundial de atletismo de Doha (Qatar) pela investigação da Usada. Ele e Jeffrey Brown estão suspensos preventivamente por quatro anos.