Redes Sociais

Febre mundial, chinês TikTok vira protagonista de clubes e ligas

Publico jovem e tom democrático de criação de vídeos de formato curto impulsionam rede social na indústria do esporte

Febre mundial, chinês TikTok vira protagonista de clubes e ligas

14 de outubro de 2019

4 minutos de Leitura

“Oferecer ferramentas para divertir e inspirar criadores de conteúdo a ampliarem as possibilidades de criação de vídeos”. É partindo desta premissa que o TikTok vem ganhando cada vez mais espaço entre os jovens e abocanhado uma parcela do budget de muitas empresas que já vislumbram oportunidades por lá.

Presente em 150 mercados e 75 idiomas, ele fechou 2018 como o quarto mais baixado do mundo, segundo um levantamento da Sensor Tower. Já em agosto deste ano, desbancou os gigantes WhatsApp, Instagram e YouTube. Hoje, já possui mais de um bilhão de downloads.

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De propriedade da ByteDance, o aplicativo de mídia foi lançado como Douyin na China em setembro de 2016 e introduzido no mercado internacional como TikTok um ano depois. A base de usuários ainda é jovem, na faixa de 13 a 25 anos, e repete o movimento que fez do Snapchat um sucesso: o fato do Instagram e Facebook se tornarem populares e muitos desejarem algo, digamos, mais privado.

No esporte, ele já começa a ganhar muito espaço. Em novembro, a NBA fechou com o TikTok para levar highlights exclusivos, além de conteúdo relevante no idioma local. O perfil da liga americana de basquete já conta com 5 milhões de seguidores. No início deste mês, foi a vez da NFL desembarcar na plataforma para transmitir destaques dos jogos e cenas dos bastidores, tudo parte de sua estratégia para aumentar a presença online diante da queda de assinantes de TV a cabo.

“A parceria com o TikTok é uma extensão natural da nossa estratégia de mídia”, disse Blake Stuchin, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios de Mídia Digital da NFL.

No futebol, o movimento é similar. No âmbito global, o apelo entre os jovens fez a LaLiga utilizá-lo para celebrar o início da temporada 2019/2020 e promover o lançamento da nova bola do torneio, que agora é de responsabilidade da PUMA. À convite da liga, 100 influenciadores produziram conteúdo apenas para a plataforma como parte do projeto #HolaLaLigaSantander. Além disso, foi criado um filtro especial com uma bola virtual para que os fãs pudessem desafiar outros usuários a fazer embaixadinhas com a cabeça.

Entre os gigantes d Europa, para citar alguns, FC Barcelona (o mais popular entre todos), Real Madrid, Bayern de Munique, Borussia Dortmund, Inter, Milan, Mônaco e Olympique de Marseille já estão com perfis ativos na chinesa. Por aqui, iniciou pelo perfil brasileiro da Libertadores. Entre os times, times como VascoFlamengo já estão por lá. Em comum, utilizar a emergente plataforma para atrair o público jovem, criativo e com forte senso de comunidade.

Segundo o TikTok, o futebol é uma das categorias mais populares, com 2.2 mil milhões de visualizações no #Football. Além de clubes e ligas, a possibilidade de criar vídeos curtos repleto de efeitos tem atraído também uma forte comunidade de Freestylers.

Embora possa ser visto como mais uma plataforma em meio à proliferação de redes sociais que surgiram na última década, o TikTok já nasceu com o objetivo de incentivar o envolvimento diário do público. Em seu DNA, o tom democrático de criação de vídeos de formato curto reduzindo a barreira da criação, fazendo com que sua audiência se concentre apenas em contar uma história ou compartilhar um destaque sem gastar tempo. Para as marcas, isso é um ativo valiosismo.

De olho na comunidade criativa que rapidamente se forma em torno do esporte, a chinesa certamente fará cada vez mais sentido para a geração de conteúdo de equipes, ligas e atletas.

Apesar do hype em torno da novidade, é inegável que o TikTok tem feito um movimento muito similar ao do Snapchat, ganhando destaque na mídia, apostando em conteúdos de bastidores, sem filtro, com a predominância de um público jovem e virando o novo queridinho de ligas e clubes. A diferença se dá em suas origens, um é americano e outro chinês. E isso diz muito sobre o seu rápido crescimento.

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