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O TikTok não pode virar o ‘novo Snapchat’ do futebol brasileiro

Vasco e Flamengo  já estão no TikTok. A página em português da Libertadores, também. E esse hype em torno de uma nova plataforma já foi visto há […]

O TikTok não pode virar o ‘novo Snapchat’ do futebol brasileiro

14 de outubro de 2019

3 minutos de Leitura

Eduardo Esteves
Eduardo Esteves
Fundador do MKTEsportivo

VascoFlamengo  já estão no TikTok. A página em português da Libertadores, também. E esse hype em torno de uma nova plataforma já foi visto há alguns anos no Brasil quando, desenfreadamente, os times brasileiros criaram perfis no Snapchat. E o movimento é sempre o mesmo.

Leia também: Febre mundial, chinês TikTok vira protagonista de clubes e ligas

O aplicativo ganha espaço no seu mercado de origem, ligas e franquias norte-americanas abrem caminho para que os gigantes europeus também vislumbrem oportunidades de chegar a um novo público e mercado. Por fim, nossos clubes sentem-se obrigados a embarcar no assunto do momento.

O que pode ditar a longevidade do chinês TikTok no esporte é o fato de ter nascido em um país que encontra-se no topo das prioridades de equipes e ligas. O que mais vemos na atual indústria são acordos de patrocínio com empresas asiáticas e tours de pré-temporada em cidades chinesas. No mais, o app se assemelha aos atributos do Snap de ter uma audiência predominantemente jovem (13-25 anos) e o fato de priorizar a criação de conteúdo de uma maneira fácil, rápida e que incentiva a criatividade de sua comunidade. É, também, uma alternativa para fugir das redes sociais, digamos, “tradicionais”.

Meu receio é o fato de que sempre embarcamos em novidades sem ao menos saber responder o real objetivo de estar lá e como tirar o melhor proveito da ferramenta. Enquanto americanos e europeus estão em um nível mercadológico mais avançados, com o TikTok sendo um meio para se relacionar com jovens de outros mercados (presente em 150) e ter um novo ativo comercial em suas estratégias multiplataforma, por aqui torna-se mais um perfil, em mais uma redes social e a velha promessa de levar conteúdos “exclusivos” de bastidores. O que publicar? Para qual público? Quais serão os diferenciais? Filtros? Músicas? Seguidores dentro dos materiais divulgados? Parcerias com tiktokers?

Sou 100% favorável de que nossas equipes estejam no TikTok, mas é fundamental que se saiba de antemão o que irá promover por lá do que não é visto no Twitter e Instagram (Stories, principalmente). Surfar no hype sem ter uma estratégia muito bem definida por trás, a presença estará fadada ao fracasso.

E, cá entre nós, ciente do avanço da rede social chinesa, Mark Zuckerberg fará de tudo para levar para suas plataformas os diferenciais do TikTok, como já o fez ao não conseguir comprar o Snapchat. E vimos como tudo terminou.

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