A televisão pública chinesa CCTV tirou de sua programação a transmissão de Arsenal e o Manchester City, válido pela Premier League, após o apoio público de Mesut Ozil em favor dos uigures (povo de origem turcomena que habita principalmente a Ásia Central) de Xinjiang.
O meia, alemão de origem turca, utilizou suas redes sociais na última sexta-feira (13) para condenar a repressão da China contra a minoria muçulmana em sua região oeste, criticando também os países muçulmanos por não denunciarem os abusos.
“Alcorões estão sendo queimados… Há mesquitas destruídas… Escolas islâmicas proibidas… Intelectuais religiosos assassinados um após o outro… Irmãos enviados à força para campos. Os muçulmanos continuam calados. A voz deles não é ouvida”, destacou Ozil em suas redes sociais. O texto ainda foi acompanhado por uma bandeira do que os separatistas uigures chamam de Turquestão Oriental.
#HayırlıCumalarDoğuTürkistan 🙏🏼 pic.twitter.com/dJgeK4KSIk
— Mesut Özil (@MesutOzil1088) December 13, 2019
Por conta disso, a CCTV substituiu o clássico pela partida entre Tottenham e Wolverhampton.
O Arsenal, em que joga Özil, distanciou-se das críticas, alegando que os comentários de eram opinião pessoal do craque e que o clube se mantém longe de política.
“Os comentários de Özil são sem dúvida dolorosos para os torcedores chineses, e ao mesmo tempo também magoam os sentimentos do povo chinês. Isso é algo que não podemos aceitar”, teria dito uma autoridade não identificada da Associação Chinesa de Futebol (CFA) ao The Paper, veículo de comunicação patrocinado por Pequim.
Em outubro, a NBA viveu uma grave crise comercial com a China após Daryl Morey, gerente geral do Houston Rockets, criticar a opressão do governo do país asiático a Hong Kong. A crise política gerou boicote à NBA na China, com jogos de pré-temporada deixando de ser transmitidos. Além disso, a franquia perdeu patrocinadores, enquanto a própria liga viu 12 parcerias no país serem interrompidas.
