Se por um lado o novo governo espanhol revelou seus planos de reduzir em 80% a publicidade de jogos de azar, de outro está impedindo uma proibição geral para que isso não cause impacto negativo nas receitas na LaLiga Santander e em outras ligas esportivas do país.
Em janeiro, a coalizão de esquerda formada pelos partidos PSOE e Unidas Podemos planejou uma repressão ao setor de apostas em meio a preocupações com o vício e a exposição de publicidade aos jovens. Ambos prometeram tomar medidas radicais no combate ao jogo, com o PSOE propondo uma proibição no mesmo modelo do tabaco, enquanto a UP afirmando que deseja “acabar com as casas de apostas on-line”. Já o órgão espanhol de direitos do consumidor (Facua-Consumidores en Acción) destaca que nove em cada dez consumidores apoiam uma proibição total dos jogos.
No entanto, as disposições do novo decreto do governo de comunicações comerciais para atividades de jogos são menos extremas do que essas propostas. Ficou acordado, por exemplo, que a publicidade em TV e rádio das empresas de jogos será proibida até as 20h, afetando cerca de 50% dos jogos na LaLiga, enquanto a publicidade de apostas on-line só será permitida entre 1h e 5h.
Sem a proibição do patrocínio no futebol, dezenove clubes da elite espanhola com parcerias em vigência com empresas do setor não perderão dinheiro. Do total, oito possuem contrato de patrocínio máster. Apesar da liberação, está vetado que marcas do segmento fechem acordos de naming rights.
De acordo com o governo espanhol, o mercado de apostas online triplicou o seu faturamento entre 2014 e 2018, alcançando US$ 19.2 bilhões.
