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Tudo sobre Jogos Olímpicos 2020 no Japão

Saiba sobre a olimpíada da capital japonesa, estruturas, receitas, modalidades, coronavírus, entre outras informações

Tudo sobre Jogos Olímpicos 2020 no Japão

29 de fevereiro de 2020

12 minutos de Leitura

Os Jogos Olímpicos 2020 serão realizadas em Tóquio, no Japão, entre os dias 24 de julho e 9 de agosto. Em sua 32ª edição, o evento terá 33 modalidades esportivas, com a expectativa de participação de mais de 11 mil atletas, os quais representarão mais de 204 países.

Esta é a segunda vez que Tóquio recebe os Jogos Olímpicos Modernos, sendo a primeira em 1964. A expectativa do Comitê Organizador Internacional (COI) é de que cerca de 4,5 milhões de pessoas estejam presentes na capital japonesa. As competições serão realizadas na Baía de Tóquio e região metropolitana (com exceção de Sapporo, a 832 km de Tóquio), em 43 locais definidos para os eventos.




Das 33 modalidades em disputa nos Jogos Olímpicos deste ano, as novidades são a inclusão das modalidades do surf, escalada, skate e beisebol. Já nas modalidades existentes nos jogos, foram acrescentadas outras categorias como o basquete 3×3 e BMX Freestyle (ciclismo).

Sobre a escolha de Tóquio para sediar o evento

O processo de escolha realizado pelo Comitê Olímpico Internacional durou dois anos. Em 15 de fevereiro de 2012, Madri, Istambul, Baku, Tóquio e Doha tornaram-se cidades postulantes a serem sede dos Jogos Olímpicos. Em seguida, Tóquio, Madri e Istambul foram definidas como as três finalistas a irem para a eleição.

A escolha de Tóquio como cidade-sede das Olimpíadas foi feita em 7 de setembro de 2013, durante a 125ª Sessão do Comitê Olímpico Internacional, em Buenos Aires. A capital do Japão foi escolhida como anfitriã dos Jogos com 62% dos votos.

Saiba tudo sobre o Estádio Olímpico de Tóquio para os Jogos de 2020

O principal palco da competição foi entregue pelo comitê organizador em dezembro de 2019. O Estádio Olímpico de Tóquio abrigará as cerimônias de abertura e encerramento, de partidas de futebol e das provas olímpicas e paralímpicas do atletismo. Inaugurado em 1958, ele sediou os Jogos Asiáticos daquele ano, o Campeonato Mundial de Atletismo de 1991, a Copa Intercontinental (disputa entre o vencedor da Liga dos Campeões da UEFA e Libertadores da América, equivalente ao Mundial de Clubes da FIFA) de 1980 até 2001 e as finais da J-League, até 1998 e sediou a primeira final, em jogo único da Liga dos Campeões da Ásia, em 2009. além das finais da Copa do Imperador e Copa da Liga Japonesa.

Foi demolido em 2015, e as obras do novo estádio se iniciaram oficialmente em 2016 até sua reinauguração.

Oito vezes campeão olímpico, o velocista Usain Bolt foi um dos responsáveis pelo “batismo” da nova pista de atletismo. Ele dividiu a pista com outras estrelas, como a holandesa Marlou van Rhijn, velocista tricampeã paralímpica, e a britânica Hanna Cockroft, pentacampeã nacional em provas do atletismo em cadeira de rodas.

O arquiteto Kengo Kuma desenhou a instalação esportiva. procurou dar ênfase nos cuidados com o meio ambiente. Com este objetivo, o profissional deu à estrutura externa um aspecto que define como “árvore viva”, construída em madeira de forma a “conversar” com o Jardim do Templo Meiji, que fica próximo ao estádio.

Já a fachada consiste de beirais sobrepostos de múltiplas camadas de madeira, recolhidas de 47 prefeituras do Japão, e mais de 47 mil árvores pequenas e médias foram plantadas ao redor do estádio. A reforma foi feita na mesma estrutura que recebeu os Jogos Olímpicos de 1964.

O primeiro evento oficial do Estádio Olímpico foi a 99ª edição da final da Copa do Imperador, no dia 1º de janeiro de 2020.

Inovação e tecnologia à serviço de espectadores e atletas

Patrocinadora oficial das Olimpíadas de Tóquio 2020, a Toyota usará o evento como plataforma do conceito Mobility for All (Mobilidade para Todos), que envolve demonstrações e o lançamento de várias tecnologias de mobilidade durante os jogos, como meio de solidificar a estratégia de se transformar em um fornecedor de variadas formas de mobilidade, para além de um fabricante de veículos.

A empresa quer promover nos jogos olímpicos o que chama de “construção da sociedade do hidrogênio para os próximos 100 ou 200 anos”, com o uso do gás para gerar energia elétrica que alimenta veículos elétricos que serão demonstrados e vão prestar serviços durante o evento, incluindo o carro Mirai, um modelo de ônibus urbano e até empilhadeiras, que emitem apenas vapor d’água na atmosfera. Também foram projetados modelos especiais elétricos a bateria para transporte dentro da vila olímpica. Dessa forma, a Toyota espera ser protagonista da meta de tornar a próxima olimpíada a que menos emitiu CO2 na história.

Já a gigante da tecnologia Intel anunciou que aproveitará os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 para apresentar um portfólio de novas tecnologias, incluindo o rastreamento 3D de atletas com inteligência artificial para melhorar a transmissão de eventos durante os Jogos. A tecnologia de rastreamento usará câmeras móveis para capturar vídeos de eventos olímpicos que serão usados para criar sobreposições visuais e análises, anunciou a empresa em Tóquio.

A Intel também disse que usaria a realidade virtual para recriar imagens das instalações para ajudar a treinar funcionários. Transmissões virtuais ao vivo estariam disponíveis para eventos de atletismo, boxe, vôlei de praia e as cerimônias de abertura e encerramento. Por fim, a empresa disse que seus chips também serão usados em sistemas de reconhecimento facial, monitorando cerca de 300 mil pessoas, incluindo atletas, voluntários, jornalistas e funcionários que entram e saem das instalações olímpicas.

Já a Technogym foi escolhida, pela oitava vez, como marca oficial e exclusiva de aparelhos de treino dos jogos olímpicos. A empresa oferecerá equipamentos, tecnologia, técnicos de manutenção e treinadores para os atletas que usarem os centros de treinamento do comitê organizador das Olimpíadas de Tóquio 2020. Como ocorre desde Sidney 2000, a Technogym será a marca oficial e exclusiva de aparelhos de treinamento e tecnologias digitais afins, das Olimpíadas de Tóquio. Isso significa que todos os atletas que estarão competindo no Japão, entre os dias 24 de julho e 9 de agosto, poderão utilizar equipamentos da empresa na preparação e reabilitação física.

São cerca de 1.200 máquinas, espalhadas por 30 centros de treinamento, à disposição de 15 mil atletas, de duzentos países, que competirão em mais de 30 diferentes modalidades, contando também com aqueles que participarão das Paraolimpíadas, que ocorre na sequência dos jogos olímpicos de verão.

A empresa leva para Tóquio toda a linha Skill e o sistema Mywellness, que possibilitará aos atletas acessarem seus próprios programas de treinamento. O apoio, no entanto, não fica apenas no fornecimento do arsenal de máquinas e na tecnologia de treino. Técnicos de manutenção e treinadores da empresa também estarão à disposição dos atletas presentes no Japão e que usarão os centros de treinamento dos jogos.

São tecnologias que não vão melhorar apenas os Jogos Olímpicos deste ano, e sim todos os que ainda estão por vir. Pelas iniciativas destacadas até aqui, Tóquio 2020 tem tudo para ser a edição de Olimpíada mais inovadora, sustentável e conectada de sempre, uma tendência que deve ser carregada para edições futuras.

Recorde de receita

Em 2019, o comitê organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio divulgou que já havia alcançado US$ 3,1 bilhões com a venda de patrocínios domésticos. O valor é o dobro do que havia previsto originalmente o comitê e representa, ainda, recorde histórico com patrocínios em Jogos Olímpicos.

Até então, Londres 2012, que havia faturado US$ 1,1 bilhão com aportes, tinha sido a edição olímpica com maior arrecadação na história. Portanto, o valor é quase o triplo do recorde anterior. Tóquio tem, até o momento, nada menos do que 62 empresas japonesas apoiando a Olimpíada, que será disputada apenas entre julho e agosto do ano que vem.

Importante destacar que, dentro destes US$ 3,1 bilhões, não estão incluídas as receitas com os patrocinadores TOP (como as japonesas Bridgestone, Panasonic e Toyota) e, também, os 15 parceiros ouro do Comitê Olímpico Internacional (COI).

O Google utilizará os Jogos para uma ação inédita em sua história. O gigante da internet será patrocinador de uma Olimpíada e de uma Paralimpíada pela primeira vez após assinar para que seu braço japonês se torne apoiador oficial de Tóquio 2020.

Rede Globo transmitirá o evento na Tv aberta

A Globo espera faturar R$ 581 milhões com as transmissões dos Jogos de Tóquio a partir de seis cotas de patrocínio no valor de R$ 96.9 milhões cada. O valor é 62% menor do que o canal cobrou dos patrocinadores na edição 2016 (R$ 255 milhões). À época, a Globo iniciou suas ativações um ano antes, em 2015, o que ajuda a explicar a queda de faturamento.

No início do ano, a Globo anunciou que prepara uma cobertura especial em todas as plataformas. Serão mais de 200 horas de conteúdo olímpico na TV aberta, oito canais SporTV transmitindo as mais diversas modalidades e um amplo time de comentaristas, todos ex-atletas. São eles: Fabi, Carlão, Nalbert, Gustavo Borges, Hortência, Marcelinho, Claudinei Quirino, Flávio Canto, Daiane dos Santos e Lars Grael. Haverá ainda estreantes, que estarão em sua primeira Olimpíada, como Bernardinho, Diego Hypólito, Fabiana Murer, Tiago Camilo e Thiago Pereira.

Sobre o GloboEsporte.com, a Globo confirmou que haverá transmissões ao vivo, gráficos, análises, cobertura em tempo real e vídeos com melhores momentos.

BandSports transmitirá os Jogos Olímpicos na Tv fechada

Detentor dos direitos de transmissão dos Jogos Olímpicos de Tóquio para a Tv fechada, o BandSports detalhou na manhã de segunda-feira (8) como fará a sua cobertura do evento.

As gêmeas Bia e Branca Feres e o ex-jogador de vôlei Marcelo Negrão foram contratados pela emissora e terão destaque na grade. Enquanto as nadadoras apresentarão o Lado B, com “invasões” aos camarins, vestiários e até a casa de atletas para mostrar bastidores, Marcelo Negrão encabeçará o ‘Somos Ouro‘, que trará o ex-jogador praticando diversos esportes com atletas olímpicos

Outros programas também irão completar a cobertura do BandSports dos Jogos que acontecerão em menos de um ano. O ‘Maratona BandSports‘, apresentado por Álvaro José, vai analisar os esportes e as possibilidades de cada modalidade.

Ainda de acordo com o portal, a Band aposta na venda de cotas de publicidade. Ao todo, serão seis cotas de patrocínio master comercializadas por R$ 11 milhões cada. Duas delas estão quase fechadas, uma delas com uma empresa parceira do Comitê Olímpico Internacional. Se todas forem vendidas, a Band pode faturar R$ 66 milhões com a cobertura.

Coronavírus irá cancelar os Jogos Olímpicos de Tóquio?

De acordo com os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, o evento está mantido e irá ocorrer. Mesmo diante do momento em que o governo japonês recomenda o cancelamento ou a redução dos grandes eventos nas próximas semanas pelo medo de propagação da coronavírus.

Os cancelamentos ou adiamentos de partidas de futebol ou das cerimônias de abertura de torneios de sumô, entre outros, provocaram o debate sobre a sede dos Jogos Olímpicos, enquanto os organizadores se esforçam para demonstrar tranquilidade.

Por outro lado, o percurso da chama olímpica, previsto para começar em 26 de março em Fukushima e que vai atravessar o país, não será cancelado, mas pode sofrer alterações.

O Coronavírus é o nome de uma família de vírus que têm formato de coroa. Eles causam infecções respiratórias e já provocaram outras doenças, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers). A doença causada pelo novo coronavírus recebeu o nome de Covid-19 e foi descoberto no final de dezembro de 2019, na China. A primeira morte foi registrada em 9 de janeiro.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

O primeiro caso do novo coronavírus no Brasil foi confirmado em São Paulo. É um homem de 61 anos que voltou de uma viagem na Itália, onde há um aumento expressivo de casos da doença desde sua descoberta.

O adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021

No dia 25 de março, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, pediu ao Comitê Olímpico Internacional (COI) para adiar a realização dos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, por um ano devido à pandemia do coronavírus, segundo a emissora pública japonesa “NHK”. O pedido foi feito em uma conversa por telefone com o presidente do COI, Thomas Bach, e acatado.

A definição se deu após uma reunião em que estiveram presentes também Mori Yoshiro (presidente do Comitê Organizador de Tóquio 2020), Hashimoto Seiko (ministro olímpico do Japão), Koike Yuriko (governador de Tóquio); John Coates (presidente da Comissão de Coordenação do COI), Christophe De Kepper (diretor geral do COI), e Christophe Dubi (diretor executivo do COI para os Jogos Olímpicos).

“Eu propus adiar em um ano e o presidente (Thomas) Bach concordou em 100%”, declarou Abe aos jornalistas, referindo-se à conversa que teve nesta terça-feira com o presidente do COI. O premiê afirmou que postergar o evento era inevitável se ele não pudesse ser realizado de maneira completa devido à pandemia do coronavírus.

A organização de Tóquio 2020 vinha sendo pressionada por vários países a adiar o evento. O Canadá largou na frente e afirmou que não enviaria suas delegações para o país se o evento não fosse adiado. No sábado (20), o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) também se posicionou contra a realização dos Jogos na data marcada. Até o momento, o Brasil tem 178 vagas garantidas.

As Olimpíadas estavam previstas para acontecer entre 24 de julho e 9 de agosto. No mundo, a pandemia já atinge mais de 350 mil pessoas.

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