A Coca-Cola se posicionou em prol das mulheres no futebol dos Estados Unidos. Patrocinadora da US Soccer (Federação de Futebol dos Estados Unidos), a multinacional se colocou contra os comentários considerados “inaceitáveis e ofensivos” feitos pela entidade em um processo judicial que pede a igualdade de gênero no futebol do país.
Vale lembrar que a seleção americana de futebol feminino (USWNT) entrou com um processo na Justiça exigindo igualdade salarial e de condições de trabalho. No processo, advogados da USSF declararam que “o trabalho de um jogador de futebol da equipe nacional masculina requer um nível mais alto de habilidade, velocidade e força do que as mulheres”.
Apoiada por outros patrocinadores da USSF, como Budweiser, Deloitte e Visa, a Coca-Cola divulgou um comunicado condenando as afirmações.
“Pedimos para nos encontrar com eles imediatamente para expressar nossas preocupações. A Coca-Cola é firme em seu compromisso com a igualdade de gênero, a justiça e o empoderamento das mulheres nos Estados Unidos e em todo o mundo, e esperamos o mesmo dos nossos parceiros”, afirmou a multinacional americana de refrigerantes.
“As alegações são ridículas. Parece que foram feitas por um homem das cavernas, pois pertencem à era paleolítica. Literalmente, o mundo inteiro entende que um argumento de que os jogadores do sexo masculino ‘têm mais responsabilidade’ é apenas um sexismo simples e ilustra a própria discriminação de gênero que nos levou a iniciar essa ação judicial”, disse Molly Levinson, representante da USWNT.
Em resposta, o presidente da USSF, Carlos Cordeiro, divulgou um comunicado declarando que o que está escrito no processo judicial “não reflete os valores da organização”.
“Em nome da US Soccer, peço sinceras desculpas pela ofensa e pela dor causadas pela linguagem no processo judicial, que não reflete os valores da nossa federação ou nossa tremenda admiração pela seleção nacional feminina. Nossas jogadoras da USWNT são incrivelmente talentosas e trabalham incansavelmente, como demonstraram repetidamente desde as medalhas de ouro olímpicas até os títulos da Copa do Mundo. Continuaremos defendendo a federação no tribunal, mas faremos mudanças imediatas”, destacou o executivo.
De acordo com a imprensa americana, as mudanças incluem a contratação de um escritório de advocacia externo para orientar a estratégia legal da USSF. O julgamento está programado para começar em 5 de maio, com as jogadoras da USWNT em busca de mais de US$ 66 milhões em danos morais.