Depois do cancelamento do ATP de Indian Wells, das restrições impostas pela NBA, do cancelamento de etapas da Moto GP e dos Jogos Olímpicos de Tóquio ligarem um alerta para um possível adiamento, chegou a vez da Fórmula 1 mostrar-se preocupada com o surto de coronavírus pelo mundo.
Em entrevista à agência ‘Reuters’, Ross Brawn, diretor da F1, afirmou que a categoria não desembarcará em países em que uma equipe tenha dificuldades de entrar com todos seus funcionários por conta das barreiras impostas na emissão de vistos, fruto das preocupações com o avanço da doença.
“Se uma equipe não conseguir entrar em um país, não poderemos ter uma corrida. Pelo menos não uma válida pelo Campeonato Mundial, porque seria injusto. É claro que se uma equipe escolher não ir a uma corrida, aí é uma decisão dela. Mas se forem proibidos de correr por causa da decisão tomada por um país, aí é complicado ter uma competição justa”, disse Brawn.
Para o diretor, ainda que o desejo da F1, escuderias e patrocinadores seja que as etapas ocorram normalmente, tudo precisa ser realizado de maneira responsável. Neste sentido, algumas medidas têm sido tomadas para reduzir o número de funcionários nos ambientes de corrida.
“É uma situação muito séria, então eu não quero ser leviano. Mas estamos tentando realizar as corridas. Porém é preciso fazê-lo de uma maneira responsável. Estamos diminuindo o número de pessoas no paddock, pedindo para que as equipes enviem o menor número de pessoas possível necessárias para a corrida”, completou.
O GP do Bahrein, segunda etapa da temporada, que será disputado no dia 22 de março, não terá público. O país já registrou 85 casos confirmados da doença até o momento. O Irã, próximo ao Bahrein, já tem 5.828 pessoas infectadas. Desta maneira, a F1 não terá torcedores nas arquibancadas pela primeira vez em sua história de mais de 70 anos.
“Como nação anfitriã da F1, o bem-estar dos fãs e dos espectadores da corrida é uma responsabilidade tremenda. Levando em conta a contínua expansão do Covid-19 a nível mundial, convocar um evento esportivo importante, aberto ao público e que permita a milhares de viajantes estrangeiros e fãs locais a interagir em estreita proximidade, não seria o correto neste momento. Mas, para garantir que nem o esporte nem sua base global de fãs sejam impactados indevidamente, o fim de semana de corrida vai seguir adiante como um evento televisionado”, afirmou a organização do GP do Bahrein.
Entre as equipes, a Ferrari adiou um teste que estava programado para o último dia 5 de março, em Fiorano, para desenvolver os pneus da Pirelli que serão usados a partir de 2021. O motivo é a epidemia do novo coronavírus na Itália (Sars-CoV-2), que já fez a montadora de Maranello restringir o acesso de pessoas à sua fábrica e a seus museus. A empresa tem sede na Emilia-Romagna, segunda região mais atingida pelo Sars-CoV-2 no país.
Segundo balanço divulgado recentemente, o coronavírus contaminou 2.263 pessoas na Itália e matou 79.