Quando foram registrados os primeiros casos de coronavírus em território japonês entre o final de janeiro e o começo de fevereiro, o governo do país mostrou preocupação, mas sequer tinha pesando na possibilidade de adiar ou cancelar os Jogos Olímpicos de Tóquio. Nesta terça-feira (3), o Comitê Organizador da Olimpíada, prevista para julho deste ano, mudou o tom do discurso e fez coro à preocupação do governo japonês. Até agora, seis pessoas morreram no Japão.
A porta-voz da informação foi Seiko Hashimoto, ex-patinadora e atual ministra dos Jogos Olímpicos no Japão. Segundo ela, no contrato assinado com o Comitê Olímpico Internacional (COI), consta que o evento deve obrigatoriamente ser realizado em 2020, mas não há um período especifico. Desta maneira, passou-se a cogitar a possibilidade de um adiamento por alguns meses.
“O COI tem o direito de cancelar os Jogos somente se eles não ocorrerem dentro de 2020. Isso pode ser interpretado como a possibilidade de os Jogos serem adiados, contanto que sejam realizados durante esse ano. Estamos, no entanto, fazendo o máximo de esforços para que não tenhamos de encarar essa situação”, disse Hashimoto.
O COI, no entanto, publicou uma nota oficial em que reforçou o compromisso de realizar os Jogos de Tóquio na data previamente estipulada, de 24 de julho a 9 de agosto.
“Uma força-tarefa conjunta já havia sido criada em meados de fevereiro, envolvendo o COI, Tóquio 2020, a cidade anfitriã de Tóquio, o governo do Japão e a Organização Mundial da Saúde (OMS). O Comitê Executivo do COI aprecia e apoia as medidas que estão sendo tomadas, que constituem uma parte importante dos planos de Tóquio de sediar Jogos seguros e protegidos”, afirmou a entidade.
No Japão, até agora, foram confirmados 274 casos da doença em território japonês. No mundo, o número de casos já ultrapassou 91 mil, com 3.118 mortes. Detectado pela primeira vez em dezembro, em Wuhan, na China, o coronavírus tornou-se mundial e vem preocupando líderes políticos e organizadores de grandes eventos.