Coluna

O marketing esportivo em época de coronavírus

O novo coronavírus tem causado grande estrago econômico na indústria global do esporte. Bilhões de dólares já foram para o ralo com cancelamentos, adiamentos e […]

O marketing esportivo em época de coronavírus

19 de março de 2020

3 minutos de Leitura

Fábio Wolff
Fábio Wolff
Fábio Wolff é sócio-diretor da Wolff Sports, e professor em cursos de MBA em Gestão e Marketing Esportivo na Trevisan Escola de Negócios

O novo coronavírus tem causado grande estrago econômico na indústria global do esporte. Bilhões de dólares já foram para o ralo com cancelamentos, adiamentos e suspensões de várias competições. Ninguém, nesse momento, sabe dizer o que exatamente ocorrerá com todos os eventos esportivos em 2020.

Inseridos em um calendário disputado e apertado do circuito mundial de tênis, os tradicionais torneios Miami Open e Indian Wells estão cancelados. O mesmo ocorre com a maratona de Boston. Aliás, diga-se de passagem, em seus mais de 130 anos – incluindo o ano em que ocorreu um atentado terrorista – é a primeira vez que o evento é cancelado. Nesta semana a organização do Grand Slam de Rolland Garros postergou o evento de maio/junho para setembro/outubro, assim como a FIA o fez com algumas provas do circuito mundial de Fórmula 1.

Diversas competições mundo afora estão suspensas, como a NBA e a Liga dos Campeões da Europa, e também tivemos a confirmação do adiamento da Eurocopa e da Copa América para 2021. Ainda é uma incógnita o que ocorrerá com as Olimpíadas de Tóquio e já se especula sobre um encolhimento de 1,5% no PIB deste ano no Japão sem a competição.

Por aqui, no domingo passado a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sabiamente anunciou a suspensão dos torneios realizados pela mesma e que estavam em andamento, como a Copa do Brasil, decisão que foi seguida por algumas federações como a Mineira, a Paulista e a Carioca, entre outras.

Apesar das suspensões, confio que haverá em breve o retorno dos campeonatos de futebol (talvez em maio?), assim aproveitaremos a “gordura” que temos no calendário em dezembro para acomodarmos as competições de futebol por aqui.

A boa notícia veio recentemente da China, com o anúncio da volta do campeonato nacional de basquete, ou seja, o pior me parece que já passou por lá. A informação nos traz a esperança do vírus logo passar pelo Brasil, causando menos estragos do que os registrados aos chineses ou na Itália.

O esporte deve exercer um papel importante junto ao mundo e aos povos das diferentes nações. Tenho visto com bons olhos o esforço de entidades, atletas e ex-atletas no sentido de auxiliar na conscientização das pessoas a respeito desse poderoso vírus, além de ajudar na arrecadação de fundos para combater seus efeitos malévolos.

O ex-jogador da seleção italiana, Totti, por exemplo, promove uma campanha para arrecadação de investimentos para melhorias nas salas de UTI do Hospital Spallanzani, de Roma. Além disso, antes de iniciar essa campanha o jogador, em parceria com uma marca de sabão em pó da qual é o embaixador, já havia doado 15 equipamentos de monitoramento de sinais vitais para esse mesmo hospital.

Alguns jogadores da NBA têm auxiliado não apenas as vítimas da Covid-19, mas também funcionários que trabalhavam nos ginásios e que hoje se encontram sem renda.

Nesse momento difícil que estamos passando no Brasil é importante cuidarmos das nossas famílias, refletirmos sobre as nossas vidas, nossos valores, e nos unirmos para sairmos mais fortes dessa pandemia. Com a vida normalizada, teremos muito tempo para reorganizarmos a nossa indústria do esporte.

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