Com pretensões de transformar o futuro do futebol através da inovação, a Sportheca estabeleceu uma parceria com o São Paulo que já rendeu alguns frutos, como o “super aplicativo” do Tricolor, lançado em abril.
Agora, as duas instituições pretendem alçar voos mais altos e criar um laboratório de inovação tecnológica no Morumbi. A ideia já existia há algum tempo, mas os planos foram adiados por conta da pandemia. A proposta é que o espaço físico no estádio reúna novas startups do segmento, com programas de aceleração e capacitação para estudantes e novas empresas.
O diretor de finanças do Tricolor, Elias Barquette Albarello, é quem coordena as ações pelo lado do clube. Em entrevista à ESPN, ele afirmou que todas as áreas do time têm potencial para extrair benefícios da inovação, o que justifica a aproximação do São Paulo com as pessoas e empresas que estão pensando nas transformações.
Inicialmente, a parceria do time e da empresa foi criada com o objetivo de aumentar a monetização do clube com a presença virtual, principal motivo do lançamento do super aplicativo. No entanto, a expectativa é que, no futuro, as inovações geradas no laboratório de tecnologia possam auxiliar em muitos outros aspectos do time – inclusive em soluções para prevenção de lesões nos atletas.
Uma das ideias disponibilizadas pela Sportheca até o momento é o Second Field, um aplicativo voltado para a gestão de atletas. O app conta com uma plataforma de acompanhamento de treinos, com relatórios e estatísticas que seguem o desenvolvimento técnico e cognitivo de cada jogador. Também há uma interface feita para que os atletas interajam entre si.
A empresa também tem parcerias com outros dois clubes brasileiros, Fortaleza e Atlético Mineiro, além do portal de estatísticas Footstats, faculdades e instituições governamentais, como a Prefeitura de Jundiaí.
A engenheira de softwares Paula Testoni mostrou alguns benefícios desta iniciativa em sua coluna no portal TechReviews: “Muitas vezes, as inovações tecnológicas são feitas de uma maneira que acabam não se encaixando na realidade dos clubes esportivos. Ainda que usem tecnologias de ponta, se tornam inúteis. Por isso, levar o laboratório de inovações para dentro do estádio promove uma aproximação enorme com o dia-a-dia dos clubes, possibilitando a criação de soluções mais pertinentes”.
A ideia é recrutar para o laboratório até 80 estudantes que atuam na área de tecnologia e inovação e que tenham interesse pela inovação esportiva. A expectativa é que, em breve, o Fortaleza também crie o próprio laboratório no estádio, nos mesmos moldes do que será feito no Morumbi.