Indústria

Conexões do 5G podem revolucionar as transmissões esportivas

O leilão para a implementação dessa tecnologia em território nacional deve ocorrer no primeiro semestre de 2021

Conexões do 5G podem revolucionar as transmissões esportivas

29 de dezembro de 2020

4 minutos de Leitura

Quem nunca, enquanto assistia à partida do time favorito em casa, ouviu o vizinho bradar “gol” antes que o jogador anotasse o tento na transmissão? Isso ocorre por conta do delay exagerado que existe entre as transmissões de rádio e TV a cabo – mas em breve chegará uma tecnologia no Brasil que deve sanar estes problemas. Estamos falando do 5G, que além de melhorar a experiência do telespectador, deve aumentar a receita dos clubes, patrocinadores e emissoras.

O leilão para a implementação dessa tecnologia em território nacional deve ocorrer no primeiro semestre de 2021, sendo realizado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Projeta-se que o 5G consiga alcançar velocidades de conexão 100 vezes superiores ao 4G, além de uma maior estabilidade, graças à baixa latência, evitando quedas e delays de informação. Resumindo, ele irá revolucionar tudo que conhecemos atualmente em relação à conexão de rede.

Potencial

Um exemplo é a utilização de smartphones em estádios, que além de terem acesso a um sinal de alta qualidade, poderão transmitir vídeos ao vivo em alta definição, “streamando” as partidas E a NBA já vem realizando testes com a tecnologia na pré-temporada deste ano. Para se ter noção do avanço que isso significa, a AT&T  fez uma transmissão no seu aplicativo em parceria com a ESPN, utilizando somente seis smartphones conectados no 5G. Isso permitiu que deixassem de lado câmeras de TV, cabos, conexão via satélite, e todos os demais equipamentos necessários para transmitir uma partida ao vivo. Além disso, essa inovação permite aos fãs a interação em tempo real com sites de apostas esportivas. Isso facilita o acompanhamento dos jogos e seus resultados, além do acesso ao bônus bet365, um incentivo que auxilia os jogadores de primeira viagem.

Outra ferramenta que se beneficiará enormemente da tecnologia é a realidade virtual, que poderá ser utilizada para assistir a um jogo em arenas diferentes. Em um confronto entre Palmeiras e Corinthians, por exemplo, que acontecerá no Allianz Parque, a partida poderá ser transmitida através de um holograma na Neo Química Arena. Algo semelhante já aconteceu em outubro do ano passado, quando a Claro e a Ericsson fizeram uma parceria com o Allianz Parque. Nela, o músico Lucas Lima utilizou a estrutura do 5G da Claro e apareceu em forma de holograma no palco montado no Allianz Parque. Lucas conseguiu conversar com os músicos que já estavam presentes no palco, e tocaram uma canção juntos, sem nenhum tipo de delay entre o cantor e a banda. Um fato curioso, é que o estádio está há cerca de 17 km de distância da sede da Claro.

A proeza só se tornou possível por conta da baixa latência fornecida pela tecnologia 5G. De acordo com Leandro Manú, cofundador da Arena Hub, que é um centro de inovação com sede no estádio do Palmeiras, “o atraso da transmissão fica próximo de zero. Imagina uma rodovia com três pistas. Agora você vai e multiplica essas pistas em 15 ou mais vias. Essa melhora na transmissão permite recriar uma imagem virtual, capturada a partir de diversas câmeras e projetar essa imagem em outro lugar”. Com essa tecnologia, espera-se que seja possível fazer o torcedor que está assistindo às partidas do sofá de casa, sentir como se estivesse acompanhando o jogo do banco de reservas do seu clube.

A Claro já vem realizando testes com o 5G desde julho, através de compartilhamento de frequência (DSS) – ou seja, ela aproveita a rede já implantada de 4G e 3G, e provê o acesso à nova tecnologia. Porém, com essa rede “adaptada” não é possível aproveitar todos os benefícios do 5G. Já o Leilão das faixas de frequência em que opera o 5G só deve ocorrer entre junho e julho de 2021, e as bandas que serão leiloadas são a de 700 MHz, 2.3 GHz, 3.5 GHz e 26 GHz. Os testes realizados no Allianz Parque utilizaram a frequência de 3.5 GHz, a mesma já utilizada em alguns estádios dos Estados Unidos, que também está realizando testes com a tecnologia.

Compartilhe