É redundante abordar o quão desafiador foi o ano para a nossa indústria. Com a paralisação completa de todas as competições, colocou-se em dúvida se as marcas manteriam seus investimentos diante de um cenário de incertezas, tanto econômicas, quanto da própria entrega feita pelas organizações. Neste sentido, sair de um período tão complicado em uma posição de destaque na mente do fã, certamente será o maior prêmio para os players que investem no esporte.
A edição 2020 da pesquisa elaborada pela Sport Track, empresa que atua com inteligência e planejamento estratégico por meio do esporte, mostrou a natural hegemonia de Nike e Adidas, que ocuparam as duas primeiras colocações entre as mais lembradas no quesito ‘esportes em geral’. Nas demais posições, há quase que um predomínio de instituições financeiras, que marcam presença no mercado esportivo há muitos anos.
“O Itaú tem patrocínio ao tênis e de mídia do futebol global. E isso por muitos anos. O Banco do Brasil tem uma relação de 30 anos com o vôlei. A Caixa foi o maior patrocinador do Brasil e do futebol. O Santander aparece com força na F1. Há ainda uma presença do Bradesco. É esperado que exista uma polarização de determinados segmentos do mercado no patrocínio esportivo. Um puxa o outro. É natural”, analisou Rafael Plastina, CEO da Sport Track, em entrevista ao MKTEsportivoCast.
No ranking divulgado pela empresa em 2018, entre os bancos, a Caixa figurou na liderança, seguida pelo Banco do Brasil e Itaú, respectivamente. Já em 2020, o Itaú aparece em primeiro, o BB em segundo e a Caixa em terceiro, perdendo o lugar mais alto por não desfrutar mais da exposição do seu investimento em 20 clubes do país. Neste ano, Nike (50%), Adidas (44), Itaú (18%), Vivo (14%) e Coca-Cola (13%) formaram o TOP 5 das marcas mais lembradas em ‘esportes em geral’.
A Sport Track ainda mapeia a lembrança de marcas em quesitos como Tv, futebol e outros 12 esportes. Tudo feito separadamente. E quando o assunto é a modalidade mais popular do planeta, a Brahma ganha posições. Para Plastina, não adianta focar apenas nas colocações, é fundamental olhar todo o contexto e conhecer a história da marca dentro do mercado.
“Brahma é futebol, clube, é relação com torcedor, estádio e sofá. Ela aparecer em nono no ranking de esportes em geral é fruto do seu investimento no futebol. Quando analisamos esportes pela Tv, a Brahma ganha força e sobe para sexta posição. Já no ranking de futebol, ela pula pra quinto. A marca só perde para grandes fornecedoras de material esportivo e anunciantes da Rede Globo, como Vivo e Itaú”, completou Plastina.
A edição 2020 da pesquisa realizada pela Sport Track ouviu 2.312 pessoas em todo o Brasil. O panorama é elaborado com a base histórica de pesquisas realizadas desde sua fundação em 2006. Ela mapeia o comportamento do brasileiro em relação à preferência e prática de esportes, atividades físicas, lembrança de patrocinadores, hábitos de mídia e sua evolução de consumo de esportes em tv aberta, por assinatura, sites/portais, plataformas digitais e streaming.
