Indústria

Modalidades individuais ganham espaço durante a pandemia

Pesquisa 2020 elaborada pela Sport Track mostrou um salto na preferência pela caminhada, corrida, bike e natação

Modalidades individuais ganham espaço durante a pandemia

22 de dezembro de 2020

3 minutos de Leitura

A covid-19 afetou todos os setores da economia. Com o esporte não foi diferente. A paralisação, o cancelamento e a postergação de competições trouxeram prejuízos para toda a cadeia que forma o ecossistema esportivo, como clubes, patrocinadoras, investidores, mídia e o varejo em geral. Apesar das adversidades, é inegável que o período de confinamento fez com que alguns processos fossem acelerados. O digital, por exemplo, foi a via natural de atenção e investimento por parte dos players.

“Sempre se falou do digital, de uma entrega 360 aos patrocinadores, fãs e mídias, e isso foi acelerado. Vejo como um ponto positivo. Daqui pra frente, precisamos vigiar a situação para que ela não retroceda e siga avançando. As propriedades esportivas precisam gerar conteúdo, diversificar, olhar para os seus contratos de direitos de imagem e abri-los em diversas plataformas. É necessário chegar no fãs não somente no ao vivo, mas também nos highlights e outros materiais específicos”, disse Rafael Plastina, CEO da Sport Track, em entrevista ao MKTEsportivoCast.

Com a pandemia, as pessoas precisaram mudar de planos. As atividades ao ar livre ficaram ainda mais populares durante a pandemia, já que durante um período de isolamento, elas se tornaram uma forma de escape para muitas pessoas. A edição 2020 da pesquisa realizada pela Sport Track mostrou esta mudança, com um número elevado de pessoas que passaram a praticar alguma atividade física este ano. Segundo o executivo, o reflexo deste novo hábito impactará o varejo nos próximos anos.

“Cerca de 39% das pessoas passaram a praticar algum esporte ou atividade física que não praticava em 2019. Isso elevou o nosso percentual médio para 69% das pessoas entrevistadas, ou seja, 69% da população pratica alguma atividade, contra 58% da ultima edição. As atividades individuais ganharam ainda mais força em 2020. Isso vai abrir o mercado de venda de produtos para os próximos anos”, destacou Plastina, citando as boas posições da caminhada, corrida, bike e natação.

Por outro lado, as maratonas e corridas de rua sentiram o baque da pandemia. Até mais que as demais frentes da indústria, que há alguns meses voltaram dentro de um novo contexto. A palavra ‘reinvenção’ nunca fez tanto sentido para os organizadores de provas que buscaram adequar o formato para entregar a melhor experiência possível. Para Plastina, os números mostram que a modalidade seguiu forte e terá um futuro animador.

“As corridas de rua vão voltar para as ruas, pois elas nasceram ali, e vão voltar muito sólidas e mais fortes, conectadas com o digital. Os números mostram que a modalidade se mantém no TOP 5, saltando de 8% de share para 23% em 2020. É um crescimento sólido e vejo um futuro brilhante para as corridas”, finalizou.

A edição 2020 da pesquisa realizada pela Sport Track ouviu 2.312 pessoas em todo o Brasil. O panorama é elaborado com a base histórica de pesquisas realizadas desde sua fundação em 2006. Ela mapeia o comportamento do brasileiro em relação à preferencia e prática de esportes, atividades físicas, lembrança de patrocinadores, hábitos de mídia e sua evolução de consumo de esportes em tv aberta, por assinatura, sites, plataformas digitais e streaming.

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