Coluna

Tóquio sim, Tóquio não. Eis a questão

Há algumas semanas fui procurado por uma consultoria gigante, que sondou a respeito de ativação para um cliente, potencial patrocinador do COB para os Jogos […]

Tóquio sim, Tóquio não. Eis a questão

24 de fevereiro de 2021

3 minutos de Leitura

Fábio Wolff
Fábio Wolff
Fábio Wolff é sócio-diretor da Wolff Sports, e professor em cursos de MBA em Gestão e Marketing Esportivo na Trevisan Escola de Negócios

Há algumas semanas fui procurado por uma consultoria gigante, que sondou a respeito de ativação para um cliente, potencial patrocinador do COB para os Jogos Olímpicos de Tóquio.

Fizemos um call, mas o projeto de patrocínio não avançou.

De qualquer forma, aproveitei para pensar no assunto, afinal, se o projeto tivesse avançado, como se daria a nossa consultoria para o cliente em questão?

O tema é delicado, pois estamos a poucos meses da realização desse que é um dos maiores eventos esportivos do mundo, porém, sem a definição clara do que vai acontecer de fato. E se irá acontecer.

Vale ressaltar que os contratos de patrocínio de 2020 foram estendidos para 2021. Tal decisão trouxe considerável alívio aos patrocinadores, já que Coca-Cola e General Eletric, por exemplo, investiram mais de US$ 100 milhões cada. Os patrocinadores receavam que as suas marcas fossem associadas à uma competição que estava prevista para ocorrer no auge da pandemia. Portanto, a pandemia apresentou um cenário totalmente incerto para os respectivos planejamentos e com alto risco de contaminação para marcas do porte das citadas acima.

Convenhamos que planejar ativações para um evento desse porte em tão curto espaço de tempo é atípico. As empresas devem se planejar, ao menos, com um ano de antecedência. Porém, desde que a pandemia se instalou no mundo, tem sido muito, mas muito difícil mesmo prever a realização de eventos nacionais. E o que se pensar de evento de tal magnitude como as Olimpíadas?

É fato, independentemente do que vier a ocorrer, que os Jogos Olímpicos de Tóquio já estão em muito prejudicados.

E não se trata somente da questão financeira, do investimento realizado, mas o que se falar da preparação dos atletas? E o planejamento por parte das empresas?

Quis o destino que uma das nações mais aptas e organizadas para realizar um evento desse porte fosse brutalmente prejudicada.

É uma pena, mas agora resta torcer para que as decisões sobre a realização ou não dos Jogos sejam tomadas de forma sábia, para não comprometer a imagem do evento, dos patrocinadores, ou colocar em risco a saúde dos atletas e das equipes dos países participantes. É muita gente!

Por atuar na área do esporte, muitos me perguntam sobre os Jogos em Tóquio e… não sei o que dizer. Já fiz o exercício de me colocar no lugar dos organizadores, bem como dos patrocinadores, algo que é angustiante, com certeza.

Se o evento de fato vier a ocorrer, com ou sem público, em função das incertezas todas geradas pela pandemia, o meu conselho seria de ter o planejamento e as ações mais do que nunca concentradas no digital. No entanto, neste caso, mesmo assim é imprescindível que tenhamos a certeza de uma organização impecável no que tange aos protocolos de saúde para as pessoas que forem a Tóquio.

O que vai acontecer? Só o tempo dirá…

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