Indústria

Mais de 60% do patrocínio dos clubes brasileiros de futebol vem de sites de apostas

Nos últimos anos, o mercado de apostas esportivas vem florescendo no Brasil de maneira estrondosa, e o esporte tem lucrado muito com isso. Só em 2020, os sites […]

Mais de 60% do patrocínio dos clubes brasileiros de futebol vem de sites de apostas

24 de abril de 2021

4 minutos de Leitura

Nos últimos anos, o mercado de apostas esportivas vem florescendo no Brasil de maneira estrondosa, e o esporte tem lucrado muito com isso. Só em 2020, os sites de apostas foram responsáveis por mais de 60% de todo o patrocínio recebido pelos clubes de futebol das séries A e B no país. 

Entre os times agraciados com o apoio financeiro do setor se encontram desde nomes de peso como Corinthians, São Paulo e Botafogo até agremiações menores como Guarani, Ponte Preta e Sampaio Correa. Ao todo, somam-se 25 clubes e enormes volumes de investimentos. 

O cenário, por óbvio, atraiu a atenção do governo federal, que já declarou sua intenção de regular a prática e começar a taxar sua realização no Brasil. O processo, cujo início já foi dado com a edição da Lei 13.756/2018, ainda segue pouco consolidado, mas a expectativa é de que, em breve, o Ministério da Fazenda venha a estabelecer as regras para o funcionamento das apostas esportivas no país. 

A notícia, embora possa soar negativa aos apostadores, é recebida com bons olhos pelas casas de aposta. Segundo avaliam, uma maior regulamentação do setor trará mais segurança e confiabilidade aos consumidores – o que, em longo prazo, possibilitará uma maior injeção de capital não apenas no futebol como também em outros esportes.  

Aos que se interessam por dar seus lances nos jogos esportivos, portanto, a nova política será, em muito, vantajosa. De um lado, ela fará com que o segmento de apostas se consolide e, como consequência, que as empresas fraudulentas percam seu lugar no mercado; de outro, ela possibilitará às equipes esportivas nacionais receber maiores investimentos e brilhar em campo como nunca antes, com novas contratações e melhores equipamentos. 

O resultado disso, assim, será a total satisfação dos apostadores, a quem caberá apenas buscar uma empresa regulamentada e estudar estratégias e métodos para uma aposta garantida, sem ter de se preocupar demasiadamente com a segurança de seu capital. 

Outra onda de boa sorte para o cenário das apostas no Brasil é decorrente das recentes alterações nas políticas reguladoras na Europa, as quais vêm criando restrições cada vez maiores à categoria. Na Espanha, por exemplo, o Ministério de Assuntos do Consumidor impôs, em 2021, duras limitações à publicidade dos jogos, proibindo sua transmissão em basicamente todos os canais de rádio e televisão no país. 

Esse endurecimento no mercado europeu é positivo para o quadro nacional porque, com a menor disponibilidade ou lucratividade das apostas estrangeiras, os investimentos do setor irão migrar para países mais flexíveis, como o Brasil. E assim, não apenas o apostador brasileiro terá mais opções de jogos e possivelmente maiores lucros, como também o esporte nacional será brindado com mais patrocínio e poderá, portanto, se destacar no panorama mundial. 

A perspectiva positiva, contudo, depende ainda do posicionamento do governo federal, em especial do Ministério da Fazenda, que é o responsável legal pela criação do regramento da prática no país. Até que isso ocorra, o mercado das apostas esportivas no Brasil poderá seguir em crescimento, mas continuará, muito provavelmente, bem longe de atingir seu pleno potencial. 

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