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Esporte: por amor ou com amor?

Um dos maiores dilemas da indústria esportiva brasileira é o discurso de dirigentes e profissionais que possuem orgulho ao postular o rótulo de trabalhar com […]

Esporte: por amor ou com amor?

10 de junho de 2021

2 minutos de Leitura

Fellipe Drommond
Fellipe Drommond
Sócio Diretor do Grupo TFW, CEO do Magnus Futsal e CMO da More Skills

Um dos maiores dilemas da indústria esportiva brasileira é o discurso de dirigentes e profissionais que possuem orgulho ao postular o rótulo de trabalhar com esporte por amor. Mas será que essas pessoas tem noção do dimensionamento negativo que essa afirmação pode gerar?

O esporte representa em torno de 2% do PIB do Brasil e somando o faturamento de toda a indústria esportiva mundial seríamos a 7ª maior economia do planeta. Ao afirmar a realização do trabalho esportivo somente ‘por amor’, o dirigente está deixando de reconhecer o potencial de uma cadeia inteira de trabalho, promovendo a falta de profissionalismo e adotando um discurso de caridade aos patrocinadores/parceiros das entidades.

Quando encaramos a relação com o esporte a partir de uma mentalidade corporativa e pleno entendimento sobre a sua alta capacidade econômica, desenvolvemos um mindset positivo capaz de potencializar estruturalmente as relações comerciais, profissionais e pessoais dentro da cadeia de trabalho.

Nós não pedimos ajuda, queremos investimento para relacionar a sua marca aos resultados positivos da nossa equipe; Não queremos favor, mas a oportunidade de melhorarmos a percepção da sua marca diante dos consumidores. Não faça doação, consolide um planejamento estratégico para a construção da sua marca através dos valores do esporte.

Associar uma marca ao esporte significa atrair todo o Brand Equity (conjunto de associações positivas) do clube, entidade ou atleta; E, assumir uma responsabilidade desta magnitude demanda muito profissionalismo para que sejam conquistados resultados expressivos e a criação de relações longevas.

Eu amo o futsal, pratico desde os sete anos de idade, foi responsável pelo meu primeiro contato com a bola, mas o Magnus Futsal não teria o mesmo sucesso se desde o começo do projeto não tivéssemos definido um % de margem de lucro inegociável para a manutenção do trabalho. Patrocinadores não aceitam somente o romantismo do esporte, cobram resultados tangíveis e intangíveis, precisamos criar métricas de mensuração de resultados o tempo inteiro e simplesmente retornar dizendo que faz tudo por amor, certamente não garantirá a continuidade do seu projeto.

Faça tudo na vida com muito amor, mas saiba que ele jamais será suficiente para atingir seus objetivos profissionais.

#OFUTSALÉGRANDE

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