Para aproveitar o momento de êxtase do esporte nacional após os Jogos Olímpicos de Tóquio, diversos atletas e ex-atletas decidiram mobilizar as redes sociais para enaltecer e parabenizar o “ecossistema esportivo brasileiro” por meio de uma carta aberta. Elaborada pela “Atletas pelo Brasil”, organização sem fins lucrativos que trabalha por políticas públicas no segmento esportivo, o material também apontou a importância de priorizar o esporte nas escolas e propôs uma espécie de agenda, com medidas a serem adotadas em caráter de urgência.
“Apesar dos avanços dos últimos anos, especialmente para o alto rendimento, ainda temos muito a fazer para garantir o acesso e estimular a prática esportiva, da infância à fase adulta, para os mais de 200 milhões de brasileiros”, divulgaram nomes como Gustavo Borges, Hortência, Magic Paula, Daiane dos Santos, Flávio Canto e Pâmela Rosa, em seus respectivos perfis no Instagram.
O principal caminho apontado pela carta aberta para minimizar o cenário de defasagem esportiva do país é a implementação do Plano Nacional do Desporto (PND), política que estabelece diretrizes, objetivos e metas para o desenvolvimento nacional do esporte e ainda prioriza o esporte como ferramenta educacional.
“O projeto de lei está parado há 23 anos no Governo Federal. O esporte precisa de uma política de estado, pois a prática esportiva transforma não apenas o indivíduo, mas toda uma nação”, disse Hortência.
A princípio, o PND seria capaz de direcionar os recursos públicos para o setor esportivo de maneira planejada entre Governo Federal, estados e municípios. Sem o documento, no entanto, os recursos não são aplicados estrategicamente e os agentes integrantes do sistema esportivo acabam ficando sem atribuições claras.
Leia abaixo o conteúdo da carta aberta na íntegra:
“Emoção, batimento acelerado, orgulho. Quem não ficou com os olhos marejados ao ver as conquistas e façanhas dos nossos atletas nos últimos dias? Na Olimpíada em que o Brasil conquistou seu maior número de medalhas da história, parabenizamos todos os atletas, os demais profissionais que trabalharam para que chegassem lá e o ecossistema que permitiu o desenvolvimento de suas atividades.
Apesar dos avanços dos últimos anos, especialmente para o alto rendimento, ainda temos muito a fazer para garantir o acesso e estimular a prática esportiva, da infância à fase adulta, para os mais de 200 milhões de brasileiros. Falta priorizar o esporte na escola, tão fundamental para contribuir com a inclusão e o desenvolvimento social do país.
Faz-se necessária uma Agenda para o setor que supere os obstáculos que ainda persistem. Duas são as medidas a serem adotadas urgentemente. Uma é a adoção e implementação do Plano Nacional do Desporto, política que direciona os recursos públicos para o setor de maneira planejada entre Governo Federal, Estados e Municípios, priorizando o esporte educacional. Outra é a revisão e reestruturação do Sistema Nacional do Esporte, política de articulação entre poder público, privado e terceiro setor, coordenando de forma racional as ações entre os entes de governo e demais atores não estatais na promoção de políticas esportivas.
Esta é uma agenda de toda a sociedade e, principalmente, dos atores envolvidos com o ecossistema do Esporte. Juntos, conseguiremos atingi-la para o melhor desenvolvimento do setor, do país, e para a formação de uma cultura esportiva.
Seguiremos buscando incansavelmente as melhores políticas públicas para o setor, pois é emocionante e nos dá muito orgulho assistir à vida de um brasileiro sendo transformada pelo Esporte!”