Coluna

Quando nasce uma estrela!

Os minutos avançavam na madrugada daquela segunda-feira, na qual a final da modalidade feminina do street skate me impedia de tirar os olhos da TV. […]

Quando nasce uma estrela!

04 de agosto de 2021

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Fábio Wolff
Fábio Wolff
Fábio Wolff é sócio-diretor da Wolff Sports, e professor em cursos de MBA em Gestão e Marketing Esportivo na Trevisan Escola de Negócios

Os minutos avançavam na madrugada daquela segunda-feira, na qual a final da modalidade feminina do street skate me impedia de tirar os olhos da TV. Ainda bem…

Pudemos presenciar estarrecidos a brasileirinha Rayssa Leal, a “Fadinha”, de apenas 13 anos de idade, espontânea, e tão descontraída, nem parecia estar na final de Jogos Olímpicos, quanto mais ganhar uma medalha. E de prata!

O efeito foi imediato. Houve um aumento de 50% nas vendas de skate no Mercado Livre e de 51% na OLX.

A patrocinadora da atleta, a Nike, foi muita rápida ao veicular nas redes sociais, imediatamente após o feito, o belíssimo filme “Novas Fadas / Vai no Novo”, que obteve até o momento 4 milhões de visualizações.

Antes das Olimpíadas, além da Nike, a atleta possuía mais três patrocinadores: o energético Monster Energy, a MRV e o Banco do Brasil. Apesar da pouca idade e de ser uma promessa, Rayssa já destoava da realidade da delegação. Isso porque dos 309 atletas que foram a Tóquio, 42% não tem patrocínio e 19% recebem menos de R$ 2.000,00 de auxílio.

A oportunidade que o skate brasileiro apresenta neste momento vale ouro! Além da Rayssa, a equipe brasileira possui outros astros já consagrados como Kelvin Hoefler, Pamela Rosa, Pedro Barros e Letícia Bufoni.

A constatação infeliz é que o Brasil não se mostra como o melhor país para o desenvolvimento de uma modalidade a partir de um ídolo. Vale lembrar, por exemplo, a oportunidade de ouro que tivemos e não soubemos aproveitar com o fenômeno Gustavo Kuerten e o tênis.

O melhor momento para desenvolver o skate nos quatro cantos do país é este, sem dúvida, para podermos trazer investimentos para a nossa carente indústria do esporte.

Desta forma, é fundamental que haja a melhor estrutura e planejamento possível ao esporte e aos atletas, em especial à pequena Rayssa. Isso sob todos os pontos de vista, incluindo o essencial suporte psicológico. Afinal, trata-se de uma menina e, independentemente do que se fizer daqui em diante, a sua proeza jamais será esquecida.

Assim como Rayssa gravou em nossa memória e corações o seu feito, nunca esqueceremos de Simone Biles, a maior ginasta da história e sua célebre frase: “Temos de proteger nossas mentes e nossos corpos, e não apenas sair e fazer o que o mundo quer que façamos”. 

No esporte e na vida, um segundo, alguns centímetros ou uma atitude errada podem separar o vencedor do perdedor e, nestes momentos, a inteligência emocional pode ser fator determinante.

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