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Na contramão de Beckham, Hamilton e Dinamarca protestam contra o Catar

Piloto e seleção de futebol se posicionaram contra violação de direitos do país que recebe F1 e Copa do Mundo de 2022

Na contramão de Beckham, Hamilton e Dinamarca protestam contra o Catar

19 de novembro de 2021

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Pouco mais de um ano para a Copa do Mundo de 2022, o Catar está no centro de uma série de debates envolvendo questões importantes para a sociedade. Na contramão de David Beckham, que fechou um acordo de £ 150 milhões com o governo local, Lewis Hamilton e a Federação Dinamarquesa de Futebol (DBU) estão utilizando o alcance de suas vozes para atacar o país.

O piloto aproveitou o início dos treinos para o GP do Catar de F1 para personalizar o seu capacete com as cores do arco-íris. O mesmo ainda carrega a frase “We Stand Together” (“Estaremos Juntos”, em tradução livre) em prol da defesa ao movimento LGBTQIA+.

“Conforme as competições esportivas vão para esses locais, elas (competições) têm o dever de colocar em foco esses problemas. Esses lugares precisam de escrutínio. Direitos iguais são uma questão séria. Sei que esses países estão tentando melhorar nessas questões e que não se pode mudar do dia para a noite”, disse Hamilton.

Já a Dinamarca, após garantir vaga na Copa do Mundo FIFA de 2022, motivou a Federação Dinamarquesa de Futebol (DBU) a anunciar que usará a camisa de treino da seleção durante o torneio para destacar questões de direitos humanos. Além disso, já adiantou que não participará de nenhuma ação comercial relacionada ao Mundial. Os patrocinadores da entidade dinamarquesa também adotarão a mesma posição.

A principal crítica feita pela DBU foca nas péssimas condições de trabalho das pessoas nas construções de estádios, a maioria imigrantes. Todos estão em condições precárias de segurança e centenas de mortes de funcionários foram escondidas pelo governo catariano. É neste ponto que David Beckham tem sido criticado, uma vez que o ex-jogador é embaixador da UNICEF.

“Há muito tempo, a DBU critica muito a Copa do Mundo no Catar, mas agora estamos intensificando nossos esforços e um diálogo ainda mais crítico. Aproveitamos o fato de estarmos qualificados para o Mundial para trabalhar por mais mudanças no país. É um sinal muito forte quando nossos parceiros também se engajam na luta por melhores relações no Catar. Os parceiros apoiam o futebol dinamarquês, a seleção masculina e a participação esportiva na Copa do Mundo. Não o anfitrião do evento”, disse Jakob Jensen, executivo-chefe da DBU.

Para ser sede da Copa de 2022, Catar começou a usar o esporte para (tentar) melhorar sua imagem globalmente e parecer um país que respeita os direitos humanos. O objetivo é se consolidar como um destino turístico passando, principalmente, pela realização de grandes eventos.

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