O MKTEsportivo esteve no Formula 1 Heineken Grande Prêmio de São Paulo. Para nós, não foi surpresa nenhuma ver in-loco a completa mudança de atmosfera que agora envolve a categoria, seja em espaços VIPs ou nas arquibancadas do autódromo. A mudança é muito explicita e certamente ocorre o mesmo em outros países. A F1 não é mais a mesma. E ainda bem!
A verdade é uma só: a ideia fixa da categoria “sem competitividade” não cabe mais. Eu sei que muitos pararam de acompanhar na ‘era Schumacher’ ou no período que Lewis Hamilton não tinha adversários. No entanto, esse discurso ficou no passado. A Liberty Media foi um divisor de águas na categoria. A série de absoluto sucesso da Netflix também.
Um público muito jovem marcou presença domingo (14) em Interlagos. Algo impensável na longa gestão de Bernie Ecclestone, que privilegiava outro perfil.
“Estão me dizendo que tenho que achar um canal para conseguir fazer esse garoto de 15 anos assistir a F-1, porque alguém quer colocar uma nova marca na frente deles? Eles não vão se interessar nem um pouco. Jovens vão ver a marca Rolex, mas vão sair e comprar um? Eles não podem comprar. Nosso outro patrocinador, a UBS, essas crianças não se importam com bancos. Não têm dinheiro o bastante para colocar nos bancos. Prefiro atingir um rico de 70 anos. Não há motivo para tentar atingir essas crianças porque elas não vão comprar nenhum dos produtos aqui e, se os marketeiros estão mirando este público, talvez devessem anunciar na Disney”, disse Ecclestone em 2014.
Agora veja como em sete anos temos uma Fórmula 1 completamente diferente, mais democrática e atingindo universos inimagináveis. Novos acordos de patrocínio (empresa de criptomoedas, por exemplo), plataforma de streaming própria, transmissão na Twitch com Gaules, presença na Netflix, pilotos como verdadeiras celebridades. Com americanos no comando, uma perfeita adequação aos novos tempos.
Por fim, não menos importante, o maravilhoso trabalho da Band. Óbvio que a audiência é menor. É cultural. O brasileiro deixa a televisão ligada na Globo e pouco importa o que está passando. É um caminho natural.
No entanto, com a Band, a F1 ganhou mais presença na grade, mais tempo de exposição, não fez uma ruptura na entrega que já era feita com muito sucesso pela emissora anterior, tendo inclusive contratado os mesmos profissionais. A continuidade da excelente Mariana Becker. Sérgio Maurício no comando na Tv aberta. Os fãs de automobilismo clamavam por esse novo momento. Ele chegou.
O hype está de volta e todos ganham.