O Tromsø IL, do futebol da Noruega, utilizou o lançamento do seu terceiro uniforme para fazer um protesto. A camisa, nas cores da bandeira do Catar, traz um QR Code que, quando escaneado, leva os torcedores para uma um site com questões de direitos humanos e sportswashing (termo em inglês para situações nas quais o esporte é usado para limpar a reputação de um grupo, pessoa ou país) que cercam a Copa do Mundo de 2022.
“Com isso, esperamos estimular primeiro conversas e depois mais debates. Queremos mais exposição sobre estes temas”, comentou Tom Hogli, ex-jogador profissional que se tornou gerente de relações públicas do clube.
Segundo o Tromsø, eles foram o primeiro clube de futebol profissional do mundo a convocar um boicote à Copa do Catar em forma de protesto contra as condições dos trabalhadores imigrantes no país. O uniforme com QR Code é uma colaboração com a organização de direitos humanos Anistia Internacional e Malcolm Bidali, um ex-trabalhador migrante detido no Catar por fazer um blog sobre as condições no país.
“O Catar não deve ter sucesso na lavagem esportiva. Estádios novos com grandes holofotes e belos gols não devem nos deslumbrar para que não vejamos o que acontece nas sombras”, comentou John Peder Egenæs, secretário-geral da Anistia Internacional na Noruega.
Para entender ainda mais sobre a gravidade do problema, basta se aprofundar na polêmica envolvendo David Beckham, que mesmo embaixador da UNICEF, se tornou garoto-propaganda do Mundial. Por outro lado, Lewis Hamilton e a Dinamarca já estão se posicionando contra o país. O piloto aproveitou o início dos treinos para o GP do Catar de F1 para personalizar o seu capacete com as cores do arco-íris. O mesmo ainda carrega a frase “We Stand Together” (“Estaremos Juntos”, em tradução livre) em prol da defesa ao movimento LGBTQIA+.
Já a Dinamarca, após garantir vaga na Copa do Mundo FIFA de 2022, motivou a Federação Dinamarquesa de Futebol (DBU) a anunciar que usará a camisa de treino da seleção durante o torneio para destacar questões de direitos humanos. Além disso, já adiantou que não participará de nenhuma ação comercial relacionada ao Mundial. Os patrocinadores da entidade dinamarquesa também adotarão a mesma posição.