Para se tornar acionista majoritário do Cruzeiro, em negociação oficializada no último sábado (18), Ronaldo Fenômeno investirá R$ 400 milhões nos próximos anos. O investimento será feito pela mesma holding que controla o Valladolid, a Tara Sports.
A informação foi dada pela XP Investimentos, corretora que atuou como intermediária nas negociações entre o clube e a SAF (Sociedade Anônima do Futebol), que passa a comandar o futebol celeste a partir de 2022. Ronaldo adquiriu 90% das ações e o montante irá imediatamente para o pagamento de dívidas emergenciais e investimentos no departamento de futebol.
“O Cruzeiro Esporte Clube, instituição centenária e tradicional do futebol mundial, firmou na data de hoje acordo com Ronaldo Luís Nazário de Lima, por meio da Tara Sports, para investimentos de R$ 400 milhões, ao longo dos próximos anos, em sua Sociedade Anônima do Futebol (SAF)”, detalhou a XP, em comunicado.
Com a SAF, o Cruzeiro terá seis anos para pagar 60% da sua dívida. Se conseguir, terá mais quatro anos para pagar o restante. O débito acumulado será equacionado com o recebimento de 20% da receita mensal da SAF e 50% do lucro que a mesma tiver no período. Antes dessa alteração, o Cruzeiro só poderia vender 49% das ações da SAF. O novo texto permitiu que o clube seja titular de pelo menos 10% dessas ações, o que garantiria maior margem nas negociações com investidores (no caso, Ronaldo), garantindo uma cadeira no Conselho de Administração da SAF e mantendo a preservação de marca, cidade, cor e outros itens da associação.
“A transação vislumbra o reequilíbrio financeiro e operacional do departamento de futebol do clube, com um plano de crescimento sustentável de médio e longo prazo. A conclusão da transação está sujeita à finalização de uma série de condições precedentes”, acrescentou a XP.
“Esse é o primeiro negócio de uma nova frente relevante para o mercado de investment banking no Brasil, o país do futebol. Não tenho dúvida de que é transformacional na história do esporte brasileiro. Teremos clubes ainda mais fortes, com capacidade de investimento em nível global. O futebol brasileiro nunca mais será o mesmo”, finalizou o CEO do banco, José Berenguer.