Em minha coluna de estreia aqui no MKTEsportivo escrevi a respeito das SAFs e quem acompanha o noticiário esportivo nas últimas semanas viu o quanto esse assunto movimentou os bastidores do futebol brasileiro, né?
São muitas minhas reflexões a respeito do tema, mas, de cara, posso dizer que existem diversas formas para investir no futebol: pode-se iniciar uma estrutura do zero, pode-se injetar dinheiro em clubes formadores para focar na revelação de novos talentos e pode ter a opção de fazer um investimento em clubes já consolidados no cenário nacional.
Diante disso, senhoras e senhores, vos questiono:
O que leva investidores a buscarem esses clubes consolidados?
A meu ver, a resposta é simples: a MARCA!
Ela é o maior patrimônio de um clube. É seu bem maior!
O poder de uma Marca é um conceito que nos leva a intermináveis discussões sobre fórmulas que definam um valor exato e real. Diversas variáveis são levadas em consideração quando tentamos definir o valor de uma marca, mas não é minha intenção entrar nesse mérito agora.
Meu ponto é: se os grandes investidores estão olhando para os grandes clubes e suas marcas é porque existem inúmeras e grandes oportunidades de retornos financeiros.
A meu ver, não existe nada mais poderoso do que um fã de uma marca.
Quando falamos de futebol, o assunto torna-se ainda mais poderoso. Diferentemente de consumidores, torcedores são apaixonados, não mudam de time ao longo da vida e quando se trata do clube do coração de um torcedor, a marca é dominante na mente deles.
Claro que existem raríssimas exceções daqueles que compram produtos de outros clubes, mas é uma minoria.
Como gestor, entendo que essa jornada do torcedor junto ao seu clube pode e deve ser melhor explorada.
Comercialmente são várias as formas de ofertar soluções, mas prefiro me ater aqui a uma específica, que é minha especialidade: o licenciamento de marcas.
Quanto mais valiosa a marca de um clube, maior a sua chance de gerar receitas. Simples assim!
Por definição, licenciamento de marca é a cessão de um ativo para que um terceiro produza e comercialize produtos e serviços em troca do pagamento de royalties.
Quanto mais estruturado um departamento de licenciamento de um clube, maior sua possibilidade de gerar experiências incríveis para seu torcedor.
A receita que é gerada por esse departamento será consequência do trabalho bem realizado, mas gostaria de frisar que esse KPI nunca deve ser colocado em primeiro lugar.
O motivo principal desse processo bem desenvolvido é o torcedor. São eles quem devem estar no foco. É para eles e por eles que se deve estruturar esse setor.
Com um bom programa de licenciamento, o clube conseguirá ofertar produtos das mais variadas categorias, através dos mais diversos canais de venda.
E sabe qual a consequência disso?
O torcedor, ao longo do seu dia, vai ser impactado diversas vezes em diversos lugares: dos mais comuns até aos mais inusitados.
Da farmácia à papelaria. No supermercado ou na loja de turismo!
Quanto mais produtos e serviços licenciados maior torna-se a abrangência de uma marca.
Vale ressaltar que além dos produtos físicos, existem também outros modelos de licenciamento.
Um deles é o licenciamento de serviços.
Escolinhas de futebol, restaurantes do clube, hotéis temáticos, lojas oficiais, museus, parques…
O céu é o limite para tudo isso que destrinchamos e a qual chamamos de Experiência.
Todos esses produtos e serviços, ao serem comercializados, geram receitas que são convertidas para o clube. Esse termo chamamos de “Royalties”.
Legal, né?
Agora que você entende um pouco mais sobre o poder da marca e das oportunidades de receitas que ela pode gerar, fica mais fácil entender por qual motivo os investidores procuram grandes marcas para investir aqui no Brasil.
Faz sentido pra você?