Um grupo de 30 dos 40 clubes que disputam as Séries A e B do Brasileirão divulgou uma carta-proposta para a criação da Libra, liga brasileira de clubes, ratificando o desejo por igualdade na divisão de receitas.
Da Série A, se posicionaram Athletico, Atlético-GO, Atlético-MG, Avaí, Botafogo, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fortaleza, Fluminense, Goiás, Internacional e Juventude, enquanto da B foram Bahia, Brusque, Chapecoense, CRB, Criciúma, CSA, Grêmio, Guarani, Londrina, Náutico, Novorizontino, Operário-PR, Sampaio Corrêa, Sport Recife, Tombense, Vasco e Vila Nova.
Dos dez clubes que não assinaram, oito já aderiram à Libra. São eles: Corinthians, Flamengo, Red Bull Bragantino, São Paulo, Santos, Cruzeiro e Ponte Preta. América-MG e Ituano seguem em posição neutra.
O MKTEsportivo destacou que, na sexta-feira (6), ocorreu uma reunião virtual com os participantes do Forte Futebol, os quatro que ainda não possuem uma posição (Internacional, Fluminense, Botafogo e Atlético-MG), além de Bahia, Brusque, Chapecoense, Criciúma, CSA, Guarani, Londrina, Náutico, Novorizontino, Operário-PR, Sampaio Corrêa, Sport Recife, Tombense e Vasco da Gama.
O ponto central é que estes clubes não aceitam os percentuais de divisão de receitas propostos pela Libra, que segue o 40-30-30, com 40% do valor arrecadado dividido igualmente entre os times; 30% de acordo com a performance no campeonato; e os 30% restantes envolvem critérios de média de público nos estádios, base de assinantes no streaming, seguidores nas redes sociais, audiência na TV aberta e tamanho da torcida.
Já os demais clubes da elite e da Série B reivindica que a distribuição da verba do Brasileirão seja no modelo 50-25-25, com 50% fixos dividido entre todos, 25% por performance no campeonato e 25% por audiência. Além disso, desejam que no estatuto, o clube de maior cota ganhe no máximo 3,5 vezes mais do que o time de menor.
Na carta-proposta, os clubes destacam que nas principais ligas europeias não há tanta diferença entre o clube que recebe mais receita e o time com porção menor. Na Premier League, da Inglaterra, essa diferença é de 1,6 vez. Na Série A da Itália, 2,1. Na Bundesliga é 3,2. A maior disparidade ocorre em LaLiga, com 3,5 vezes.
Outro ponto é em relação ao percentual destinado aos 20 times da Série B. Na carta-proposta, a ideia é que seja de 20% das receitas. No estatuto de criação da Libra, esta fatia é de 15%.
“Os signatários envidarão todos os esforços possíveis para reunir os 40 clubes e formatar a Liga, sempre na base do diálogo e da razoabilidade, firmando também o compromisso de que, caso não haja a efetiva formalização, irão avaliar, em conjunto a negociação dos direitos de transmissão e demais propriedades inerentes ao futebol e suas respectivas competições para os anos posteriores a 2024”, destaca o documento.
Por fim, os 30 clubes ainda destacam que não marcarão presença na CBF, na próxima quinta-feira (12), para uma reunião anteriormente agendada. O grupo dos 30 informa que irão se reunir no Rio de Janeiro no próximo dia 16 para “formalizar o compromisso em busca de uma composição equilibrada”.
A seguir, a carta divulgada pelos clubes:
“Diante dos últimos acontecimentos, os Clubes signatários reafirmam o interesse na formalização da Liga de futebol profissional, com o intuito de elevar o nível de qualidade do futebol brasileiro, construindo um campeonato forte, revitalizado e, notadamente, com um padrão de equanimidade nas condições de disputa.
É preciso, porém, pontuar que não haverá Liga sem a união dos 40 (quarenta) clubes participantes das atuais Séries A e B.
Algumas premissas devem ser observadas, tendo como referência que: (i) a Premier League divide igualmente 68% da receita, somando todos os direitos domésticos, internacionais e de marketing; (ii) as Ligas Alemã, Espanhola, Francesa e Italiana distribuem 50% da receita de forma igualitária; e (iii) a diferença de receita entre o primeiro e último clubes respeitam os seguintes limites: Inglaterra (1.6x), Itália (2.1x), Alemanha (3.2x) e Espanha (3.5x).
Para a formalização da Liga de Clubes de futebol brasileiro, os Signatários acreditam no modelo abaixo apresentado:
(i) Divisão de receita de 50% igualitário, 25% performance e 25% comercial, com parâmetros objetivos e mensuráveis;
(ii) Diferença de receita entre maior e menor clube tendo como alvo o limite de 1.6 ao longo do tempo (referência Premier League), com o teto de 3.5 a partir do primeiro ano;
(iii) Compromisso de que a Série B receba 20% dos recursos de venda de direitos de transmissão.
Os Signatários envidarão todos os esforços possíveis para reunir os 40 (quarenta) clubes e formatar a Liga, sempre na base do diálogo e da razoabilidade, firmando também o compromisso de que, caso não haja a efetiva formalização, irão avaliar, em conjunto, a negociação dos direitos de transmissão e demais propriedades inerentes ao futebol e suas respectivas competições para os anos posteriores a 2024.
Os Clubes informam, ainda, que no dia 16 de maio de 2022 se reunirão presencialmente no Rio de Janeiro para formalizar o compromisso em busca de uma composição equilibrada, e que, por tal razão, não se farão presentes na reunião previamente agendada na CBF, no dia 12 de maio de 2022.
O encontro com os 8 (oito) clubes, no que depender da vontade dos Signatários, acontecerá futuramente para que seja apresentada e debatida a proposta descrita nesta carta, na tentativa de alcançar o consenso.”
América Futebol Clube
Associação Chapecoense de Futebol
Atlético Clube Goianiense
Avaí Futebol Clube
Brusque Futebol Clube
Ceará Sporting Club
Centro Sportivo Alagoano – CSA
Club Athletico Paranaense
Clube de Regatas Brasil – CRB
Clube Náutico Capibaribe
Coritiba Foot Ball Club
Criciúma Esporte Clube
Cuiabá Esporte Clube
Esporte Clube Juventude
Fluminense Football Club
Fortaleza Esporte Clube
Goiás Esporte Clube
Londrina Esporte Clube
Operário Ferroviário Esporte Clube
Sampaio Corrêa Futebol Clube
Sport Club do Recife
Tombense Futebol Clube
Vila Nova Futebol Clube”