O MKTEsportivo antecipou a realização de uma reunião em São Paulo, na manhã desta terça-feira (3), para oficializar a criação da Libra, empresa que será responsável pela organização da Liga de Clubes brasileiros.
Seis clubes (Corinthians, Palmeiras, Flamengo, Red Bull Bragantino, Santos e São Paulo) da elite assinaram com a Codajas Sports Kapital (CSK), grupo liderado pelo advogado Flavio Zveiter e que tem o banco BTG como captador de investidores para a liga. Cruzeiro e a Ponte Preta, ambos na Série B, também assinaram.
Os 14 clubes da elite restantes, que formam o grupo Forte Futebol mais Atlético-MG, Botafogo, Fluminense e Internacional, e os outros 18 da Série B, irão se posicionar no próximo encontro, que acontecerá na quinta-feira (12) em reunião na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro.
Desde o princípio, o Forte Futebol afirmou que não aceitaria participar de qualquer liga que não priorizasse a divisão igualitária de receita.
O que disseram alguns dos principais nomes que participaram da reunião desta terça-feira (3)?
Hoje instrumentalizamos a pessoa jurídica da Liga. Não existia. Agora tem. Antes potenciais investidores vinham falar e falavam comigo, que representava apenas São Paulo, com a Leila, do Palmeiras, com o Landim, do Flamengo. Com as assinaturas de hoje conseguimos nos sentar com os interessados e falar em nome de todos.
Julio Casares – presidente do São Paulo
Os 40 clubes são a favor da criação da liga. A maioria não assinou por motivos burocráticos, como a necessidade de se conseguir a aprovação nos seus conselhos antes e coisas do tipo. Agora, é só acertar as arestas e dia 12, com certeza, será uma grande festa na CBF.
Andrés Rueda – Presidente do Santos
Divergências são normais, é um processo que há muito tempo o futebol brasileiro vem buscando na formação da tão sonhada liga. A gente sai muito feliz, muito contente que foi dado o primeiro passo. Até 12 de maio, a gente espera que todos os clubes, alguns ainda com problemas de conselho, de aprovações, de parte jurídica, os 40 clubes da Série A e B façam parte.
Duílio Monteiro Alves – Presidente do Corinthians
Nós devemos assinar, mas temos que aguardar até quinta-feira. Combinamos que se houvesse algum artigo no estatuto que a gente achasse que pudesse ser mudado, a gente vai conversar com eles e a gente faz as mudanças que a gente achar. Mas está tranquilo. Estamos saindo daqui, pelo menos, eu particularmente, feliz. E achando e acreditando que a liga será criada, sim. E assinada por todos.
Sérgio Coelho – Presidente do Atlético Mineiro
Está criada a liga. É um passo importante para o futebol brasileiro. Essas reuniões (entre presidentes de clubes) são importantes para definirmos os objetivos. Finalmente foi criada, é o futuro do futebol. Estou feliz e muito animada com a união.
Leila Pereira – Presidente do Palmeiras
O mais importante é que todos os clubes têm interesse em que a liga seja criada. Todos sabem que é a forma de o futebol brasileiro crescer financeiramente. Há discussões, há pensamentos diferentes, mas o mais importante é que os clubes têm o mesmo interesse. Temos um grupo que foi formado e estamos discutindo isso em bloco. Acho que na próxima quinta-feira vamos convergir e dar um avanço muito importante. Vamos assinar juntamente com todos. Hoje, entendemos que já tinha uma construção mais avançada, mas a gente ainda não estudou juridicamente o estatuto e várias questões, para que a gente esteja confortável para assinar
Adson Batista – Presidente do Atlético-GO
Acredito que saímos deste encontro todos mais fortalecidos. Não foi uma imposição de regras, mas um conjunto de princípios que vai nos fazer refletir ainda mais, e assim chegar na reunião do dia 12 com fatos mais concretos. Ninguém deseja uma liga com seis ou oito clubes. Sabemos do interesse e da realidade de cada uma das instituições e de onde podemos chegar, para que o entendimento seja benéfico para todos.
Alessandro Barcellos – Presidente do Inter
Apesar de já contar com a assinatura de vários presidentes, a Libra também foi alvo de críticas de alguns mandatários por não atender requerimentos de alguns clubes. Mário Celso Petraglia, presidente do Athletico, foi um deles.
A principal divergência tem relação com a divisão financeira proposta pela Codajas Sports Kapital. A empresa ofereceu divisão de 40% dos valores fixos, 30% variável por performance esportiva e 30% por audiência. O grupo, que tem Petraglia como um dos líderes, defende que seja 50-25-25.
Já vi várias e várias dessas reuniões. Encontros que não dão em nada. E não vai dar em nada enquanto os clubes de maior torcida só verem vantagens para si mesmo. Já vi minuta de criação de clubes sendo rasgada na porta de cartório. Vi a Primeira Liga, que foi boicotada. É esperar. Se o Athletico vai assinar, provável que sim. Mas não vai ser por imposição dos outros. Com o que os outros querem. Eles precisam da gente. Ou senão que joguem Flamengo e Corinthians o ano inteiro.
Mário Celso Petraglia – Presidente do Athletico