O endorsement de atletas e ex-atletas é uma mega indústria na Europa, nos USA e em vários outros lugares do mundo.
Por aqui, os que faturam milhões são os artistas, os influencers, os apresentadores de programas de auditório…
Se o esporte gera paixão, emoção e produz os ídolos, por que então esses ídolos não se fazem presentes, em associações de suas imagens com marcas, com a mesma frequência da turma mencionada acima?
Quando uma empresa escolhe um rosto, um embaixador de marca, ela identifica na personalidade atributos com os quais se identifica. Um embaixador traz benefícios à marca, quando a escolha é bem feita.
Vivemos em uma época em que as redes sociais trouxeram uma vitrine enorme aos que souberam aproveitá-la. Mas, ao mesmo tempo, é preciso ter um acompanhamento diário em relação à atuação do embaixador, uma vez que a tecnologia é capaz de causar estragos, muitas vezes, irreparáveis, com uma simples frase, foto ou status infeliz.
Como vivemos no país do futebol, os atletas ou ex-atletas do esporte teoricamente deveriam ser protagonistas como embaixadores de marca, mas não é isso o que acontece.
Nos USA, um atleta, para se tornar profissional, tem como parada obrigatória a universidade. As universidades americanas não economizam em bolsas para os esportistas com potencial. O pensamento é claro, a universidade ajuda a moldar o cidadão e caso o atleta tenha talento, então teremos na maioria das vezes um profissional preparado, um exemplo para a sociedade. Se, com o tempo, o talento não se prove com um nível profissional compatível, então a universidade terá cumprido o seu papel: o de procurar formar bons cidadãos.
Por aqui, o esporte, para muitas famílias brasileiras, constitui-se na esperança de uma vida melhor. A educação nem sempre é a prioridade e o resultado disso, muitas vezes, pode se tornar catastrófico. A quantas histórias já tivemos acesso em que atletas que fizeram fortunas hoje vivem de favor!?
A construção da imagem de uma empresa é feita tijolo a tijolo, leva anos, às vezes décadas, já a destruição pode ocorrer em segundos, caso a associação seja feita de forma equivocada.
A ausência de uma base educacional sólida, em muitos casos, acaba afugentando as empresas na busca de um ídolo do futebol em sua estratégia de associar a marca a um embaixador.
Estamos em ano de Copa do Mundo, a poucos meses do maior evento esportivo da Terra junto com as Olimpíadas. Quantos rostos de futebolistas se fazem presentes na mídia?
Em breve, algumas campanhas pipocarão na mídia, afinal, o clima de Copa do Mundo aos poucos surgirá. Mas, se pensarmos que vivemos no país do Futebol, observamos que os atletas deveriam se fazer presentes e de forma constante na mídia, dividindo o espaço com os Lucianos Hucks, Marcos Mions, Duplas Sertanejas da vida…
Existe um mercado com enorme potencial para isso, mas é preciso que a educação nesse país seja prioridade, assim os atletas terão a possibilidade de se enxergarem como um produto e agirem como tal.
O trabalho de alguns empresários, agenciadores de atletas, poderia ajudar no amadurecimento do mercado se o foco não fosse apenas a negociação do esportista com clubes.
Felizmente, temos visto alguns poucos casos em que os empresários têm tido a visão de que o atleta é um produto e procurado a ajuda de especialistas. O caso do Endrick é um exemplo feliz que estamos vivenciando.
Nós temos o potencial de criarmos Cristianos Ronaldos por aqui, mas precisamos que os pilares educacionais sejam priorizados, e que a visão de muitos empresários vá muito além do quanto eles vão colocar de dinheiro no bolso.
O potencial nós temos, afinal, quantos diamantes brutos são diariamente produzidos, mas mal lapidados?
Aproveito a coluna para pedir o seu voto. Estou concorrendo a Melhor Profissional do Marketing Esportivo do continente, junto com outras duas feras, pela Confut Sudamericana.
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