Situação 1 – Ao longo dos 16 anos de Wolff Sports, a nossa agência já realizou diversos negócios com embaixadores: Neymar e Baruel em 2011, Rayssa Leal e Yes Idiomas, Edmilson e B1.bet, Zico e Pixbet, os três em 2022, entre outros tantos.
Em todos os casos acima fomos intermediários entre o contratante (empresa) e o contratado (atleta), ou seja, a nossa prestação de serviço se limitava a sugerir o atleta, solicitar e apresentar o plano comercial, negociar e fechar o negócio, entre outras tantas funções.
Situação 2 – Em janeiro de 2022, apareceu uma oportunidade interessante para a Wolff Sports: a de se tornar a agência exclusiva comercial e de imagem de um jovem atleta, de 15 anos de idade, chamado Endrick.
O que difere, então, a situação 2 da situação 1?
Na situação 2 seríamos os responsáveis por criar o plano estratégico de imagem, apresenta-lo aos responsáveis e, se aceito, desenvolver o planejamento comercial utilizando as premissas do plano inicial.
Na situação 1, no entanto, recebemos o plano comercial já formatado.
Em relação ao Endrick, foi assim que o processo se desenrolou: apresentamos o plano estratégico de imagem à família e ao staff do atleta. E foi bem aceito por todos, incluindo o próprio Endrick, que o endossou dizendo “suave”, ao final da apresentação.
O plano estratégico de imagem é composto da seguinte forma:
1) Raio X: perfil do atleta;
2) Atributos: características do atleta que julgamos importantes. O que fazer para desenvolvê-las. Características que julgamos serem negativas ao atleta, o que fazer para evitá-las;
3) Benchmarks: carreiras em que nos inspiramos. No caso do Endrick, destacamos a do Roger Federer, do Rafael Nadal e do Cristiano Ronaldo;
4) Quantos patrocinadores esses atletas possuem? E qual a lógica que rege a estratégia de cada um deles? O que realizam para se tornarem atletas tão bem-sucedidos fora das quadras e dos gramados ?;
5) Atitudes positivas e negativas: exemplificamos o que deve ocorrer e o que deve ser evitado, em termos comerciais, como contrapartidas, o dia a dia com o patrocinador, entre outros pontos.
E qual é o objetivo do plano estratégico de imagem?
A forma como o mercado enxergará o atleta.
Como o mercado de embaixadores de marcas ainda é incipiente no Brasil, nós julgamos que, por intermédio de um bom planejamento estratégico de imagem e comercial, as chances do Endrick se tornar um benchmark ao mercado aumentam bastante.
Chegamos à etapa de elaboração do plano comercial. Mas, como precificar a carreira um garoto de 15 anos?
Enfrentei diversas dificuldades no começo, confesso. Afinal, nunca tinha vivido uma situação similar. Mas os gatilhos, ou seja, as metas que o atleta alcançaria ao longo da carreira, nos auxiliariam na atualização do contrato.
E o Endrick se mostra tão fenomenal dentro dos gramados, como fora dele, que o resultado positivo não tardou a ocorrer. Quando assinamos com o Endrick, em janeiro, ele tinha 75 mil seguidores em sua conta no Instagram. Ao bater 1 milhão de seguidores, três meses depois, o primeiro gatilho foi acionado. Nesse período, ele recebeu os prêmios de melhor jogador e artilheiro no Torneio Internacional de Montaigu, na França, campeonato este que o Brasil não conquistava há 38 anos e no qual a Seleção Brasileira Sub17 bateu a Argentina na final. E, assim, outros gatilhos mais foram acionados.
Enfim, passados apenas cinco meses de trabalho, nós, da Wolff Sports, temos a oportunidade ímpar de vivenciar uma história muito bacana, digna de um seriado da Netflix, com direito a dois contratos de patrocínio, cada um com três anos de duração: Odontocompany, fechado em fevereiro passado (o mais precoce do futebol brasileiro sem ser por marca de material esportivo), e o Rei do Pitaco, neste mês (o segundo mais precoce). Vale lembrar que Endrick também é embaixador da Nike.
Poucas marcas, players de mercado e empresas que possuam fit orgânico e o nosso Norte. O futuro a Deus pertence, mas é inegável que o potencial do Endrick é gigante, dentro do campo e também fora dos gramados.
Foto (2 e 3): flash’line