Indústria

Dietrich Mateschitz, fundador da Red Bull, construiu império no marketing esportivo

'Didi' era um obcecado com a imagem da marca e soube trabalhar de maneira impecável o esporte como pilar de negócio

Dietrich Mateschitz, fundador da Red Bull, construiu império no marketing esportivo

24 de outubro de 2022

4 minutos de Leitura

Como maior plataforma de negócios do esporte da América Latina, o MKTEsportivo não poderia deixar de homenagear Dietrich Mateschitz, fundador da Red Bull que faleceu no último sábado (22) aos 78 anos.

Tudo começou na década de 80. Ao lado do empresário tailandês Chaleo Yoovidhya, o austríaco (supostamente) descobriu que a bebida cafeinada de propriedade do seu futuro parceiro de negócios aliviou o seu jet lag durante uma viagem à Ásia. Eles uniram forças e começaram a vender o novo produto em 1987, com a sede da empresa ficando em Fuschl am See, nos arredores de Salzburgo. Nos anos seguintes, eles passaram a comercializar para outros países iniciando uma expansão global consolidada até os dias de hoje.

Formado em marketing pela Universidade de Economia de Viena, na Áustria, Dietrich passou por gigantes como Unilever (para a divisão de detergentes) e de cosméticos Blendax (diretor de marketing), antes de seguir com seu caminho empreendedor ao fundar a Red Bull.

A fortuna de Mateschitz é estimada em cerca de € 25 bilhões. Isso o colocou em 51º lugar na lista da Forbes das pessoas mais ricas do mundo do ano passado.

Já a Red Bull alcançou um faturamento de € 7.8 bilhões e vendeu 9.8 bilhões de latas em todo o mundo em 2021.

Piloto, fã de esqui e vitorioso no automobilismo

Piloto e entusiasta do esqui, Mateschitz construiu uma forte relação com o automobilismo, principalmente em seus investimentos.

Em 2001, Dietrich colocou um dos seus melhores amigos, Helmut Marko, como consultor de um programa de jovens pilotos, considerado o mais bem-sucedido do esporte a motor.

Na Fórmula 1, de 1995 a 2004, ele patrocinou a escuderia Sauber (com Felipe Massa em 2004). Já nas temporadas 2001 e 2002, seu investimento também poderia ser visto na Arrows.

Em 2004 optou por seguir um caminho independente, deixando de lado o patrocínio convencional, para comprar uma propriedade. Veio, então, a criação da Red Bull Racing a partir da aquisição da Jaguar Racing.

Em 2005, uniu forças com Gerhard Berger e também se tornou dono da Minardi Team. Nascia a Scuderia Toro Rosso, uma espécie de “categorias de base” da equipe principal. Atualmente, é conhecida como AlphaTauri.

Na Fórmula 1, seis títulos em vida: Sebastian Vettel (2010, 2011, 2012, 2013) e Max Verstappen (2021 e 2022).

No período, destaques para as marcantes passagens de Sebastian Vettel (2009-2014), Mark Webber (2007-2013), Daniel Ricciardo (2014-2018) e, neste momento, Max Verstappen (2016-presente).

Além da F1, a Red Bull também se faz presente na Nascar, DTM e WRC.

Skate, surfe, esportes radicais e, claro, o futebol!

É inegável que a Red Bull revolucionou o marketing esportivo ao comprar equipes, diversificar seus investimentos em modalidades e promover eventos icônicos, como de voo acrobático e paraquedismo. Para muitos, o Red Bull Air Race é o desafio aéreo mais avançado do mundo.

Como não se lembrar do Red Bull Stratos, a queda livre recorde do paraquedista austríaco Felix Baumgartner da estratosfera patrocinado pela marca em 2012? O YouTube nunca tinha feito uma transmissão do tipo, mas abraçou o projeto ciente do desejo de inovação que a Red Bull pretendia.

Por fim, o futebol. Iniciando com um clube na Áustria (Red Bull Salzburg), ampliando para os Estados Unidos (New York Red Bulls), desembarcando no Brasil (Red Bull Bragantino) e chegando na Alemanha (RB Leipzig). Em 2022, a companhia austríaca completa 17 anos de atividade na modalidade.

Todos estes esforços passam, também, por um desejo do empresário de controlar a mensagem. Neste sentido, Mateschitz fundou a Red Bull Media House na Áustria em 2007, fornecendo diversos entretenimentos digitais e milhares de horas de imagens para as emissoras interessadas.

Fato é que o bilionário austríaco construiu um império esportivo e de mídia em torno de sua bebida energética, garantindo sua fama global e um amplo legado.

Como um gênio dos negócios, ‘Didi’ era um obcecado com a imagem de sua marca e soube trabalhar o marketing esportivo como poucos.

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