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CBF se posiciona para desvincular camisa da seleção brasileira de atos antidemocráticos

Posicionamento oficial é parte da estratégia da entidade de blindar o uniforme

CBF se posiciona para desvincular camisa da seleção brasileira de atos antidemocráticos

09 de janeiro de 2023

3 minutos de Leitura

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se posiocionou de maneira oficial sobre a presença de um dos principais símbolos do país, a camisa da seleção brasileira, nos atos antidemocráticos vistos no domingo (9). A entidade vinha sendo cobrada para se manifestar oficialmente.

O movimento que ocorre há semanas em Brasília, com um acampamento em frente ao QG do Exército, foi reforçado por mais de cem ônibus que chegaram de todo o país com cerca de 4 mil pessoas neste fim de semana. Em comum, os atos de terrorismo e vandalismo foram feitos por pessoas que usavam camisas amarelas da seleção, como forma exaltar um “patriotismo”.

Uma das manifestações mais fortes veio do jornalista Marcelo Barreto, do canal de televisão SporTV. Em um dia em que o noticiário esportivo se voltou para a repercussão da morte do ex-jogador Roberto Dinamite, um dos grandes ídolos da história do Vasco da Gama, o jornalista abriu o Redação SporTV segunda cobrando posicionamento da CBF após as imagens violentas registradas em Brasília.

Horas depois, o posicionamento da CBF

Em post nas redes sociais, nesta segunda-feira (9), a confederação referiu-se aos atos como “antidemocráticos e de vandalismo”. Ela afirmou repudiar “veementemente” o uso da camisa da seleção nesse tipo de contexto.

“A camisa da seleção brasileira é um símbolo da alegria do nosso povo. É para torcer, vibrar e amar o país. A CBF é uma entidade apartidária e democrática. Estimulamos que a camisa seja usada para unir e não para separar os brasileiros”, destacou a entidade.

Além da CBF, apenas o Bahia, entre os grandes clubes brasileiros, posicionou-se a respeito dos ataques feitos aos três poderes.

Mesmo sem um posicionamento oficial dos seus respectivos clubes, integrantes de coletivos antifascistas de torcedores de Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos marcaram presença no ato realizado na tarde desta segunda, no Museu de Arte de São Paulo (MASP), na capital paulista.

Movimento contrário ao uso indevido do uniforme iniciou antes da Copa 2022

Neste ano, pouco antes do início da Copa do Mundo do Catar, a CBF já sabia da rejeição que parte dos brasileiros passou a nutrir pela camisa amarela da seleção por conta do cunho político que tomou conta do país.

Prova disso é que a camisa azul de jogo (modelo reserva), e a versão preta, de goleiro, foram um sucesso absoluto de vendas no período que antecedeu o Mundial.

A 100 dias da Copa do Mundo, Brahma quis unir os torcedores na busca do hexa ao reforça a brasilidade da camisa amarelinha em vídeo manifesto para “reacender a paixão pelo futebol”.

Já em novembro, a CBF passou a veicular uma campanha publicitária com o objetivo de exaltar o uniforme canarinho. O vídeo foi exibido antes da divulgação da lista com os 26 convocados pelo então técnico Tite.

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