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Ucrânia quer russos e bielorrussos fora de Paris 2024 e não descarta boicote

COI afirma que atletas dos dois países devem competir como neutros na próxima edição dos Jogos Olímpicos

Ucrânia quer russos e bielorrussos fora de Paris 2024 e não descarta boicote

30 de janeiro de 2023

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A Ucrânia voltou a falar em não participar dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Desta vez, a declaração partiu de Vadym Guttsait, ministro dos esportes do país e presidente do Comitê Olímpico Nacional da Ucrânia, após a afirmação do Comitê Olímpico Internacional (COI) de que deve liberar que atletas russos e bielorrussos participem dos Jogos como neutros.

Vale lembrar que, em fevereiro de 2022, a entidade aconselhou as federações esportivas internacionais a excluir os russos e bielorrussos de suas competições.

Quase um ano depois, o comitê mostra uma mudança de posicionamento ao afirmar que todos os atletas devem ser tratados igualmente. Segundo Thomas Bach, presidente do comitê, “os governos não devem decidir quais atletas podem participar de qual competição e quais atletas não podem”.

A Ucrânia deixou claro que todos os esforços deveriam ser feitos para que Rússia e Bielorrússia não estejam representadas na próxima edição dos Jogos Olímpicos.

“Para toda a comunidade esportiva ucraniana, esta é uma questão de princípio. Nisso, contamos com o apoio tanto do presidente do nosso Estado quanto de toda a sociedade. Parte das federações internacionais está indignada com os esforços do COI para promover o retorno de russos e bielorrussos. Abordamos e abordaremos todas as organizações internacionais que podem influenciar a situação e cujas opiniões os membros do COI podem ouvir. Certamente, nossas federações esportivas nacionais precisam fortalecer a comunicação com as federações internacionais para manter a proibição em vigor. Nossa posição permanece inalterada: enquanto houver uma guerra na Ucrânia, os atletas russos e bielorrussos não devem participar de competições internacionais”, afirmou Vadym Guttsait.

O Reino Unido, que sempre esteve ao lado da Ucrânia nos esforços contra a guerra, também se posicionou favorável ao veto e contra o COI.

“Quero deixar claro que esta posição do COI está a um mundo de distância da realidade da guerra sentida pelo povo ucraniano e das próprias palavras do presidente do COI, Thomas Bach, há menos de um ano, quando ele condenou veementemente a Rússia por quebrar a Trégua Olímpica e instou-a a ‘dar uma chance à paz’. Condenaremos veementemente qualquer ação tomada que permita ao presidente Putin legitimar sua guerra ilegal na Ucrânia, uma posição que o COI compartilhou anteriormente. Nós e muitos outros países temos sido inequívocos sobre isso e agora trabalharemos com urgência com países com ideias semelhantes para garantir que a solidariedade continue nessa questão”, comentou Michelle Donelan, secretária de cultura do Reino Unido.

O Comitê Olímpico Europeu divulgou uma declaração endossando a ideia do COI e a “importância de remover barreiras para o esporte servir como uma força unificadora”. Já a World Athletics, responsável pelo atletismo, divulgou que seu conselho só considerará suspender a proibição total de atletas russos e bielorrussos relacionada à invasão da Ucrânia se sentir que pode ser uma atitude desvinculada da suspensão dos atletas russos por conta do escândalo do “doping patrocinado” na Rússia.

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