Uma investigação feita pela Procuradoria de Barcelona apontou que o FC Barcelona fez diversos pagamentos que totalizaram R$ 7.8 milhões para a empresa do ex-vice-presidente do comitê de arbitragem da Espanha. O Ministério Público local investiga a “DASNIL 95 SL”, empresa que pertence a Enríquez Negreira, que recebeu a quantia do clube catalão entre 2016 e 2018.
De acordo com o portal “SER”, da Catalunha, a empresa do ex-árbitro recebeu aproximadamente R$ 2.9 milhões em 2016, R$ 3 milhões em 2017 e R$ 1.7 milhão em 2018. A investigação começou após uma inspeção fiscal da empresa.
Em sua defesa, Enríquez disse ao MP que nunca favoreceu o Barça. Segundo o ex-VP do comitê de arbitragem espanhol, os pagamentos foram feitos ao clube por um trabalho de assessoria, que consistia em explicar aos atletas regras de comportamento com a arbitragem.
Por outro lado, não existe um documento ou nota que comprove tal serviço prestado.
Clubes da Espanha emitem comunicado sobre ‘Caso Negreira’
A LaLiga e praticamente todos os clubes da primeira e segunda divisão da Espanha expressaram “profunda preocupação” com o “Caso Negreira”. O comunicado, emitido na terça-feira (22), não teve assinatura do Barcelona, pivô do escândalo, nem do Real Madrid. No caso merengue, ficou claro que o posicionamento é fruto do bom relacionamento dos rivais em prol de uma Superliga Europeia.
“Ontem (segunda-feira), a maioria dos clubes de LaLiga expressou sua profunda preocupação com este caso, que consideram de máxima gravidade, por isso a proposta de uma comunicação conjunta recebeu apoio unânime de todos os clubes da primeira e segunda divisões, a exceção de dois, que mostraram objeções a esse comunicado por diferentes motivos”, destacou a nota.
O comunicado acrescenta que a liga e 14 clubes que formam uma Comissão Delegada estão “trabalhando ativamente para esclarecer qualquer irregularidade que possa ter sido produzida em relação ao Caso Negreira, seja de caráter esportivo ou de qualquer outra natureza”.
Também nesta terça, o presidente do Barcelona, Joan Laporta, se pronunciou publicamente pela primeira vez sobre o escândalo. Segundo ele, Negreira foi contratado ainda em sua primeira passagem pelo cargo, em 2003, para prestar aconselhamento aos jogadores sobre a postura adequada no tratamento com os árbitros.
