A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou punições por prática de racismo durante jogos de seus torneios oficiais a partir de 2023. Sem votação, a confederação decidiu impor as penas no regulamento geral de competições para evitar a oposição de algum clube. A informação foi publicada pelo ge e confirmada pelo MKTEsportivo.
Segundo a entidade, em seus torneios, todo e qualquer caso de racismo sofrerá pena administrativa, que pode ser multa, perda de mando de campo, portões fechados ou perda de pontos.
“Tudo isso é dentro de uma linha que tem que ter um basta ao racismo. Não apenas ficar debatendo qual é o valor da multa, mas também através de planejamento educacional para que torcedores, dirigentes, e atletas podem ter uma participação”, disse Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF.
As punições serão divididas em três casos. Na primeira ocorrência de racismo, ficou decidido que o clube será punido com multa (o valor ainda não foi divulgado). No segundo caso, a equipe perderá mando de campo ou jogará com portões fechados. No terceiro episódio, perderá os pontos.
“Todas as penas serão submetidas ao STJD para que possa confirmar ou não. Todo e qualquer ato de racismo e discriminação, a súmula da partida será encaminhada ao Ministério Público e à Polícia Civil para que o processo não morra apenas na esfera esportiva e que possa ter consequências para os infratores”, acrescentou Ednaldo.
Atualmente, não há penalização deste tipo prevista para casos de racismo no Regulamento Geral de Competições da CBF. O artigo 1 do regulamento de 2022 afirma que “as competições nacionais oficiais do futebol brasileiro exigem de todos os intervenientes colaborar de forma a prevenir comportamentos antidesportivos, bem como violência, dopagem, corrupção, manifestações político-religiosas, racismo, xenofobia ou qualquer outra forma de discriminação”.
“Isso vai servir não só para a Série A, mas para todas as competições. O regulamento da CBF tem validade para todo o futebol brasileiro”, ressaltou o mandatário.
O presidente da CBF ainda cobrou medidas de outras entidades. Para ele, é necessário que as demais entidades estabeleçam penas mais duras para combater de fato o racismo no futebol.
“Com todo respeito a outras confederações como Conmebol, Uefa e Fifa, mas tem que ter um momento de dizer chega. Não pode mais tratar racismo e discriminação de uma forma sutil. Tem que ser mais veemente e com mais determinação nas punições”, finalizou.