Estive, nos dias 8 e 9 de março, no Consumer Products Summit, da NFL, em Miami, e não poderia deixar de compartilhar esse conteúdo riquíssimo de uma liga tão valiosa e que sabe exatamente onde quer chegar por meio do licenciamento de sua marca.
O evento é a oportunidade das empresas licenciadas exporem para que lojistas possam conhecer os produtos e realizar seus pedidos, mas também conta com painéis incríveis de muito conteúdo sobre a liga.
E gostaria de deixar aqui registrado o cartão de visitas deles quando falam em licenciamento de marca: consumidor em primeiro lugar.
A prioridade número um é que todo o trabalho seja feito levando em consideração o consumidor, servindo então como base para a estratégia dos produtos licenciados, que tem como grande objetivo o engajamento junto aos fãs da NFL.
Para mim, isso soa como música, pois é para o fã/torcedor/consumidor que toda estratégia de licenciamento de uma marca deve ser baseada e não com foco no retorno financeiro imediato. Bato sempre na tecla ao falar do tema, e respeito aqueles que não concordam comigo, porém, no meu entendimento, o retorno financeiro nunca poderá ser o primeiro foco quando falamos em licenciamento de uma marca.
A NFL possui mais de 200 milhões de fãs somente nos Estados Unidos, sendo que 82 das 100 transmissões mais assistidas na TV no território americano foram da NFL, segundo a Sportico, bem como 75 dos 100 dos programas de TV com maior audiência nos EUA são sobre Futebol Americano.
Isso nos dá uma dimensão do tamanho da liga no território americano, mas a NFL já está com grande audiência também em outros países, como o Brasil e, como consequência, os produtos licenciados irão ampliar sua presença aqui no varejo, como, por exemplo, já podem ser encontrados em lojas como NFL Shop, Sport America e New Era.
Voltando para o tema do licenciamento da marca, a NFL investe pesado para entender o comportamento do seu consumidor e, assim, entender toda a jornada de compra, gargalos, insatisfação e também oportunidades, visando oferecer as melhores experiências possíveis.
E aqui é um ponto bastante importante, pois, na construção de um programa de licenciamento, precisamos saber o que nosso consumidor deseja, qual o perfil de consumo, qual o conteúdo que consome entre outras informações, permitindo então traçar um raio X para saber exatamente quais as melhores escolhas na hora de fechar negócios em licenciamento.
Um tema bastante relevante são as collabs, que permitem fazer conexão com um novo público ou embarcar em uma tendência com objetivo de trazer novos consumidores e fãs. Dessa forma, é possível atingir seu público através de outras frentes além da comunicação direta e também trazer novos consumidores para sua marca.
Estar nas mais variadas categorias de produto, bem como nos mais variados canais de venda, é algo importantíssimo no processo de consolidação de uma marca. Essa pluralidade de exposição dos produtos no varejo permite que o fã tenha diversos pontos de contato com a marca, ampliando sua visibilidade e tamanho. Além dos produtos físicos em si, as novas e antigas propriedades intelectuais relacionadas a jogos, serviços e experiências são um caminho natural de relação com o consumidor.
Construir uma marca não é um trabalho simples, assim como não é fácil montar uma estratégia de licenciamento, mas tenho certeza de que quando temos uma estratégia bem definida, colocando o consumidor em primeiro lugar, a tendência é que tenhamos resultados extremamente positivos.
Finalizo mencionando que um trabalho bem-feito em licenciamento de marcas não se resume a negociar garantia mínima de contratos, vai muito além disso. Claro que o resultado financeiro é importante, porém precisamos focar no nosso consumidor e no desenvolvimento e consolidação da marca.
