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Arábia Saudita planeja ter duas provas no calendário anual da F1

Uma nova pista já está em construção perto da capital Riad

Arábia Saudita planeja ter duas provas no calendário anual da F1

20 de março de 2023

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A Arábia Saudita planeja uma segunda corrida dentro do calendário anual da Fórmula 1 nos próximos anos. O interesse foi divulgado pelo príncipe Khalid bin Sultan Al-Abdullah Al-Faisal, promotor da prova que já existe há três anos. Segundo ele, a nova pista está em construção perto da capital Riad.

“Eu não ficaria surpreso se a Arábia Saudita em um futuro próximo sediasse duas corridas. A Arábia Saudita é um mercado muito grande, e temos uma economia muito forte, então a ideia de ter duas corridas é viável”, disse o príncipe, que também é presidente da Saudi Motorsport Company.

Recentemente, a Aston Martin anunciou um patrocínio com a companhia aérea Saudia, que mostra o foco cada vez maior do país na categoria. Vale lembrar também que a Liberty Media rejeitou uma proposta do Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita para comprar a categoria por US$ 20 bilhões.

“A Fórmula 1 está crescendo e há muita demanda aqui. A Arábia é grande, e as regiões são muito distantes. É como os Estados Unidos. Existem três corridas nos EUA porque o mercado é muito grande e há demanda. Não sabemos se seria prático e viável para a gestão da Fórmula 1 e para as equipes, mas construímos esta pista em Jedá para durar e, em teoria, poderíamos ter duas corridas”, acrescentou.

Entre os países, na atual temporada, os Estados Unidos sediarão três etapas: Miami (Flórida), Austin (Texas) e Las Vegas (Nevada). Além dos norte-americanos, apenas a Itália receberá mais de uma prova, com Emilia-Romagna, no Autódromo de Ímola, e o GP da Itália, em Monza.

“Achamos que temos um grande país, estamos mudando muito e estamos abrindo muito, então há muito progresso. Estamos trabalhando muito para agradar a todos. É uma tarefa difícil, mas faremos o nosso melhor e esperamos que a opinião de Lewis Hamilton mude em um ou dois anos. A maioria dos pilotos está feliz em vir para cá e estão vendo a mudança e o desenvolvimento. Espero que possamos deixar Lewis e outras pessoas que pensam o mesmo mais confortáveis nos próximos anos”, afirmou Khalid bin Sultan Al-Abdullah Al-Faisal, ciente que o piloto britânico é um dos principais críticos à prova em território saudita.

Esporte para mudar imagem

É inegável que a Arábia Saudita deseja mudar a imagem de uma das mais sanguinárias ditaduras do planeta por meio da força do esporte. Em outubro de 2021, por exemplo, um fundo árabe comprou o Newcastle, da Inglaterra, em uma das mais caras transações de clubes da história.

O país ainda tem investido em grandes competições esportivas e na candidatura para receber eventos globais, como a Copa do Mundo de 2030. Neste caso, é esperado que o português seja o embaixador do projeto, o que deixa claro que sua contratação pelo Al Nassr tem um interesse que vai além das quatro linhas.

Para citar outros exemplos, a Arábia tem em seu “portfólio” os Jogos Mundiais de Esportes de Combate em 2023, a Fórmula 1, UFC, Supercopa da Espanha e a Supercopa da Itália (até 2029). Recentemente, fechou com a MotoGP e anunciou que será a sede dos Jogos Asiáticos de Inverno de 2029. “Rival” de Cristiano Ronaldo, Lionel Messi passou a promover a Arábia Saudita como destino turístico.

Por fim, no mês passado, o país fechou com a Fifa para sediar o Mundial de Clubes em 2023.

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